Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Apoio a Mônica Iozzi, processada por Gilmar Mendes, se multiplica

Era para ser só um post curto no perfil de uma atriz e jornalista, mas a decisão do juiz Giordano Resende Costa, da 4ª Vara Cível de Brasília, que obriga Mônica Iozzi a indenizar o juiz do STF Gilmar Mendes em 30 mil reais, acabou por multiplicar, em proporção geométrica, o comentário que tanto ofendeu Mendes. “Isso é uma piada, é uma brincadeira que um ministro da mais alta corte do país se exponha ao ridículo de processar uma jornalista por um delito de opinião, ainda que na minha opinião não teve delito nenhum”, disse o jornalista Ricardo Boechat durante seu noticiário na BandNews FM. Boechat repetiu a frase de Mônica e emendou: “Eu também não sei o que esperar de você, Gilmar. Vai me processar por divergir de você?”.

Antes que ela recorra da decisão, o que já foi anunciado, um número expressivo de personalidades públicas, entre artistas, políticos, jornalistas, esportistas e até desconhecidos, foi se formando em coro de solidariedade, com essencial participação das redes sociais e seus milhares de compartilhamentos. Já há quem venha se mexendo para arrecadar fundos para o pagamento da indenização, uma espécie de crowdfunding, o que deve ampliar ainda mais os ecos do episódio. A ação não virá sem protestos que defendam a liberdade de expressão, item nominalmente citado pelo juiz que deu vitória a Mendes.

Segundo a ação, o ministro reclama de uma foto dele publicada no Instagram de Mônica com o questionamento “cúmplice?”, acompanhada da legenda “Gilmar Mendes concedeu Habeas Corpus para Roger Abdelmassih, depois de sua condenação a 278 anos de prisão por 58 estupros. Se um ministro do Supremo Tribunal Federal faz isso, nem sei o que esperar”.

No entender de Resende Costa, Mônica “abusa do seu direito de liberdade de expressão”, por imputar ao ministro a cumplicidade do crime de estupro, “tornando questionável o seu caráter e imparcialidade na condição de julgador”.

O fato de a atriz não ter sido a “criadora” da imagem publicada, mas só uma das várias pessoas que a reproduziram, não bastou para afastar a caracterização da conduta ilícita”: “(…) Isto porque a requerida é uma pessoa pública, que trabalha com comunicação, mídias e programas de auditório, reconhecidos por alcançarem altos índices de audiência. O que a requerida pensa e fala é repercutido em alta escala”, interpreta o magistrado.

O caso corre na Justiça do Distrito Federal desde 6 de junho deste ano e foi julgado em 21 de setembro. Vários comentários nas redes sociais observam a rapidez com que o episódio foi julgado, o que não ocorre normalmente no país.

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