Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Comédia que une jogador de futebol e ex-atriz mirim é a nova série da Netflix no Brasil

Uma ex-atriz mirim que se casa com um ex-jogador de futebol com dez anos de passagem pela prisão: esse é o argumento da comédia “Samantha”, próxima série da Netflix no Brasil. O feito foi anunciado hoje pelo CEO e cofundador da plataforma, Reed Hastings, em encontro com jornalistas no Hotel Unique, em São Paulo. A produção caberá à Losbragas, produtora que da família Braga, com a atriz Alice Braga e sua irmã, Rita Braga, filhas de Maria Braga e sobrinhas de Sônia Braga. O tema, acredita Hastings, vai gerar grande identificação no telespectador brasileiro, mas também tem potencial para alcançar sucesso fora daqui.

Sobre a série que José Padilha vem criando para retratar a Operação Lava-Jato, o CEO nada acrescentou. Disse apenas que o roteiro está em desenvolvimento e que imagina o quanto o assunto desperta a ansiedade da plateia local. Corrupção, no entanto, acrescentou ele em outro momento, não é item exclusivo do Brasil, podendo ser encontrado em vários outros países.

Muito cordial, Hastings falou sobre a empresa que hoje soma mais de 93 milhões de assinantes no mundo todo, mas, como de praxe, não abriu números regionais. Falou que o Brasil está em alta no mapa da Netflix, embora não esteja hoje entre os maiores mercados, e que “3%”, primeira produção original da Netflix aqui, é muito popular no País, mas vai bem também em outros lugares.

Fez um paralelo entre a sensação de ver séries e programas quando, como e na dose que você quer, com os livros, o “binge watching” original. “Nós só levamos essa prática para a TV”, justificou. Lembrou do rádio, da TV em seus primórdios, da telefonia fixa e do celular, até chegar à TV everywhere.

Para consolo de quem acha que a internet no Brasil é um lixo, garantiu que em todos os países ouve essa queixa – “Ah, a internet aqui é péssima”.

E alertou que nossos filhos e netos, no futuro, diante da prática já disseminada da TV que se vê em qualquer lugar e quando se quer, hão de perguntar qual era o sentido de se anunciar um programa para as 8 da noite na TV?

Hastings respondeu rapidamente a cerca de 10 a 12 perguntas de jornalistas, sem entrar em detalhes sobre números e datas. “Samantha” deve ser produzida este ano para ir ao ar no ano que vem. A série sobre a Lava Jato ainda não tem previsão. E a segunda temporada de 3% é esperada para este ano.

O CEO não comentou sobre a discrepância entre o investimento feito pela empresa em séries realizadas em outros países e no Brasil, e nem foi questionado a respeito, é bom dizer. Mas esse é um ponto que contraria um pouco o discurso de entusiasmo com os investimentos no mercado brasileiro. De todo modo, Hastings reconhece que o brasileiro está habituado a um bom padrão de audiovisual na TV, muito em função da Globo. “A Globo nos faz ser melhor”, acrescentou.

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Cristina Padiglione

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