Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Jô homenageia mãe em posse na Academia Paulista de Letras

Jô Soares abraça Lygia Fagundes Telles após ser empossado da cadeira 33 da Academia Paulista de Letras

Em seu discurso de posse na Academia Paulista de Letras, José Eugênio Soares, o Jô Soares, fez várias referências aos pais, Orlando Soares e Mercedes Leal. Disse que pela primeira vez se sentia órfão, tamanho era o desejo de ter os pais ali presentes. Estendeu-se mais sobre a mãe, que morreu em decorrência de uma doença causada pelo cigarro. Contou que ela adorava puxar conversa com taxista só para poder dizer: “Sabe de quem eu sou mãe? Do Jô Soares!”. “Eu odiava isso”, confessou. Ao finalizar, o escritor, diretor, ator e apresentador lamentou que dona Mercedes não estivesse ali para ver que ele “foi aceito” na Academia. Mais tarde, quando cumprimentava o amigo Drauzio Varella e sua mulher, Regina Braga, voltou a comentar sobre a mãe. “Por que será que a gente tem vergonha dessas coisas que as mães fazem com os filhos?”, sobre bajulações que só as mães são capazes de cometer.

A cerimônia aconteceu na noite dessa quinta, dia 10, no Teatro da Academia Paulista de Letras, no Largo do Arouche, em São Paulo. Ao iniciar sua fala, o novo ocupante da cadeira 33 da APL disse que se deu conta que nunca escreveu sobre si. É sempre cobrado para escrever um livro de memórias e já tem até o título: “Memórias e Lapsos”. Mas só se lembra dos lapsos. A celebração que lhe deu o posto antes ocupado pelo escritor Francisco Marins foi testemunhada por vários amigos, como os atores Dan Stulbach, Juca de Oliveira, Cássio Scapin e Regina Braga, acompanhada do marido, o médico Drauzio Varela. Também estiveram presentes o autor Lauro César Muniz, o escritor Ignácio de Loyola Brandão, o publicitário Washington Olivetto, o jornalista Matinas Suzuki, os maestros João Carlos Martins e Júlio Medaglia, o jurista José Gregori e os demais membros da Academia Paulista. A escritora Lygia Fagundes Telles, da Academia Brasileira de Letras, foi especialmente reverenciada e compôs a mesa da posse, conduzida por Gabriel Chalita, presidente da APL, ao lado do ministro da Cultura, Marcelo Calero, e do jurista Ives Gandra Martins, que convidou Jô para o posto e foi escolhido pelo novo acadêmico para lhe apresentar como tal. Flavia Soares, a Flavinha, sua ex-mulher e eterno amor, fez-se presente na primeira fileira da plateia.

Em seu discurso, Gandra enalteceu o currículo de Jô, da televisão à literatura, passando pelo teatro, e aspectos pessoais do apresentador.

A cadeira 33 tem Teófilo Dias de Mesquita como patrono. Jô acumula 58 anos de carreira e escreveu os livros “O Xangô de Baker Street” e “O Homem que Matou Getúlio Vargas”, além de um sem número de roteiros para a TV, desde os idos da “Família Trapo”, na Record dos anos 50.

Ao lado da mulher, Regina Braga, Drauzio Varella cumprimenta o amigo, Jô, com carinho. Crédito: Cristina Padiglione

Ao lado da mulher, Regina Braga, Drauzio Varella cumprimenta o amigo, Jô, com carinho. Crédito: Cristina Padiglione

 

 

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Cristina Padiglione

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