Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Maria Fernanda dispensa laboratório para ser mãe de transexual em novela

Intérprete da mãe de Ivana (Carol Duarte), a transexual que habitará o enredo de “A Força do Querer”, novela de Glória Perez, Maria Fernanda Cândido considera prudente manter um certo distanciamento de situações similares da vida real. Não que ela não esteja muito bem informada sobre esse universo, mas fazer laboratório, por exemplo, o que significaria ir ao encontro de mães que atravessaram casos parecidos, não está nos seus planos.  “Eu tô fazendo um trabalho, mas eu também não posso, por exemplo, mergulhar nesse estudo, nesse laboratório, porque a minha personagem, a Joyce, não conhece esse mundo”, disse a atriz ao TelePadi.

Nossa conversa aconteceu durante o evento de lançamento de “Terradois“, programa que aborda as profundas transformações dos últimos 30 anos, em boa parte em função da tecnologia, e estreia nesta terça, na TV Cultura, às 22h30, com apresentação dela e do psiquiatra Jorge Forbes. “A Joyce é uma personagem de ‘Terra 1’, que vai ter que se confrontar com esse mundo contemporâneo de ‘Terra 2’. Não tem como eu não pensar na Joyce e saber como ela pensa, em que mundo ela fica. Ela é uma mulher que foi criada de maneira muito tradicional, avessa a riscos. E esse mundo ‘Terra 2’ vai se apresentar a ela e vai ser conflituoso. Não acho que ela vai ter assim uma tranquilidade, não acho que esse conflito vai ser pacífico, não sei como ela vai reagir e até que ponto a estrutura emocional, psicológica, vai dar conta. Estou curiosa para receber mais capítulos”, completa.

“A Força do Querer” estreia dia 3 de abril.

Maria Fernanda continua: “Esse universo da família que lida com um transexual, ela, Joyce, vai ter que conhecer e se confrontar. É claro que eu estou lendo, estou pesquisando, mas não estou fazendo laboratório, pesquisa de campo, porque a Joyce não pode ter esse conhecimento todo sobre o assunto, ela não tem nem muita clareza do que é essa situação, não é do dia a dia dela, ela não conhece”, justifica.

Maria Fernanda ressalta que ela, atriz, claro, tem todo o interesse sobre o tema e lê muito a respeito, “mas não é um laboratório, entende?” “Ela, a personagem, não pode estar totalmente à vontade com isso”.

A volta às novelas se dá após nove anos longe dos folhetins, jejum definido pela vontade de ter uma agenda mais flexível para cuidar dos filhos. “Nessa última década, fiz várias minisséries, teatro, filmes… Mas novela era difícil porque com os meus filhos pequenos eu não conseguia organizar essa rotina. Em novela, você fica onze meses comprometida, eu não conseguia fechar essa equação. Agora os meus filhos cresceram, um tem 8, outro tem 11, agora eu acho que isso é possível. Claro que é puxado, vai demandar muito, vou tentar me planejar, mas eu já acho mais possível, eles já entendem as coisas, verbalizam muito bem. Além disso, o Rogério Gomes e a Glória Perez eram pessoas com quem eu queria trabalhar há muito tempo.”

Aqui, um pequeno clipe da situação enfrentada por Joyce, casada com o personagem de Dan Stulbach e também mãe do personagem de Fiuk.

 

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Cristina Padiglione

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