‘Natália’, série sobre vitoriosa da periferia, ganha 2ª temporada após 7 anos
Um hiato de sete anos separa a 2ª da 1ª temporada de “Natália”, série que ganha mais 13 episódios a partir desta quarta, dia 21, às 21h15, pela TV Brasil. A nova safra também estará no Universal Channel a partir de 2 de março, configurando para a produção uma trajetória tão vitoriosa quanto a da protagonista, moça nascida e criada na periferia, que ganhou o mundo como modelo.
Com produção da Academia de Filmes, criação de Patrícia Corso e André Pellenz, que também assina a direção-geral, “Natália” volta agora dando à heroína a chance de mostrar que não se acomodou diante do sucesso. Na nova etapa, ela aproveita a boa fama no codificado universo da moda para se lançar como estilista.
Natália não é apenas criada em uma comunidade sem recursos. É filha de pastor evangélico, o que só amplia a dose de conflitos de alguém disposta a vencer grandes dificuldades e preconceitos. Nesse contexto religioso, a série consegue ser até mais atual neste momento.
Mas o enredo permite que outras abordagens muito atuais avancem na história, a começar pelo “empoderamento” feminino. A partir das perspectivas desse universo, podemos aguardar ainda pelo desfile de reflexões sobre ética na política, trabalho escravo na indústria da moda, afirmação racial e transsexualidade.
Se a primeira temporada exibiu o primeiro beijo gay masculino da TV aberta brasileira, a mesma personagem do beijo agora batalha pela mudança de sexo.
Nesse pacote, está embutida outra questão relevante: a representatividade dos negros no audiovisual.
O primeiro episódio parte da chegada ao Brasil da própria Natália, agora interpretada por Angela Perez, atriz, socióloga e doutoranda em antropologia, em seu primeiro papel como protagonista. Ela chega para lançar sua primeira coleção de roupas como estilista. De cara, é surpreendida com a denúncia contra seu pai, Marcelino, vivido pelo ator e fundador do grupo “Nós do Morro” Gutti Fraga, acusado de envolvimento em um esquema de corrupção da ONG “Mais uma Chance”, que reabilita dependentes químicos. Marcelino é acusado de ser laranja de Anderson (Wagner Santisteban), dono da ONG, deputado estadual e também pastor evangélico.
Leona Cavalli faz Ingrid, empresária ousada e mulher de Otávio (Claudio Lins), ex-namorado de Natália. É ela quem propõe sociedade à protagonista.
Destaque para Glória, uma trans interpretada por Maurício Branco, braço direito de Natália.
O elenco conta ainda com Michelly Campos como Daiana, Karen Junqueira como Vivienny e Hugo Bonemer como Theo Villaça Jr., importante vértice de um triângulo amoroso com Natália e Otávio.