Do raio X aos cães farejadores, um passeio pela área restrita do aeroporto
A não ser que você seja traficante de drogas ou de qualquer mercadoria ilegal e faça parte dos alvos perseguidos pelas operações de segurança em aeroportos – principalmente internacionais – a série “Aeroporto – Área Restrita”, que tem sua 2ª temporada estreando nesta quarta, 14, no canal Discovery, é uma ótima rota de fuga para suas preocupações.
A receita é: ligue a TV e se deixe absorver pelas incríveis histórias que movimentam um aeroporto como o de Guarulhos, por onde circulam 300 mil pessoas por dia. As câmeras que vasculham bagagens de passageiros, atitudes suspeitas ou nobres missões como voos de emergência para fins de transplante de órgãos descortinam um universo fascinante.
Com produção da Moonshot Pictures, a série plantou equipes estratégicas por três meses no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, para captar, da forma mais discreta possível, tudo o que acontece nas áreas restritas do aeroporto. Agentes da Polícia Federal se permitem contar um pouco do trabalho que envolve cães farejadores e muito aparelho de Raio X para detectar embarque de mercadorias ilegais, tendo, é claro, o tráfico de drogas como alvo maior.
São 12 novos episódios, com dois exibidos em sequência, envolvendo PF e membros da Força Aérea Brasileira. Questões criminais são tratadas por agentes diferentes de questões alfandegárias, ou seja, quando o embarque ilegal é “só” assunto de produto não tributado, o alfândega resolve o assunto. Mas, quando a bagagem envolve drogas, a PF é chamada para dar andamento ao caso.
Depois de assistir a “Aeroporto – Área Restrita”, é provável que nunca mais você deixe de olhar com alguma suspeita para passageiros que são chamados pelos comissários do avião próximo da hora do embarque. Quem carrega drogas, explica um dos agentes, imagina que quanto mais tarde ele despachar sua bagagem, menor será o risco de ser detectado. Mas não é bem assim que funciona.
Outro foco de carregamentos ilegais diz respeito ao contrabando de animais selvagens. Mesmo nas áreas restritas do aeroporto, onde, teoricamente, só operam funcionários de alta confiança, a PF faz batidas do tipo surpresa, pede para abrirem compartimentos, malas e que tais, a fim de identificar carregamentos ilegais ainda não detectados. Tudo envolve mais um agente e, em boa parte das ações, cachorros muito bem treinados – mas que às vezes dão alarmes falsos para malas que carregam apenas alimentos em pequena escala. Nessa hora, você pensa duas vezes se vale a pena sujeitar sua linda mala à interceptação quase sempre bruta dos agentes aeroportuários, só para levar goiabada cascão para aquele amigo que mora no exterior.
A tarefa da produtora não é missão simples. Para instalar câmeras e equipes em áreas restritas, é preciso assumir compromissos de sigilo em torno de muitas práticas que não necessariamente deverão ser reveladas ao público. É evidente que, para ocupar o espaço que as câmeras ocupam, tudo tem de ser feito sob anuência dos agentes, até para não colocar em risco as operações e suas estratégias, em busca de carregamentos ilegais ou não declarados.
Como não poderia deixar de ser, voos para a África são mais vigiados, utilizados por traficantes como rota alternativa para fornecimento de drogas na Europa. Um passageiro levava mais de 200 gramas de cocaína dentro de garrafas de vinho.
Mais interessante do que ver a série da Discovery é acompanhá-la paralelamente a outra série fascinante, também gravada no Aeroporto de Guarulhos: “Chegadas e Partidas”, com Astrid Fontenelle, estreou nova temporada na semana passada, pelo GNT. É instigante notar como um mesmo cenário pode produzir histórias, enredos e personagens tão distintos e interessantes, tudo num mesmo espaço.
No GNT, “Chegadas e Partidas” vai ao ar às quartas, às 22h30.
No Discovery, “Aeroporto – Área Restrita Brasil” é exibido também às quartas, às 23h10.
Dá para zapear de um canal para o outro e conhecer as histórias de quem espera por quem chega ou torce por quem parte, para depois conhecer as entranhas secretas de outras partidas, muitas vezes com cargas clandestinas.
No Discovery, a série “Aeroporto – Área Restrita Brasil” tem Cris Provezano e Juliana Santonieri como produtoras executivas para a Moonshot Pictures, Andre Barmak como diretor e Roberto D’Ávila como diretor geral. Por parte da Discovery Networks, Michela Giorelli é vice-presidente de produção e desenvolvimento; Adriana Cechetti é diretora de produção e Gabriela Varallo é supervisora de produção.
Divirta-se.
