Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Nova série brasileira da HBO surfa na ideia da legalização da maconha

Quico Meirelles apresenta a ideia na Rio2C: 'Pico da Neblina'

A maconha foi legalizada no Brasil.

Esse é o ponto de partida de “Pico da Neblina”, série de Quico Meirelles que será produzida para o canal HBO no Brasil, com roteiro de Chico Mattoso, Cauê Laratta, Mariana Trench Bastos e Marcelo Starobinas.

Sim, é ficção, mas o roteiro tem todos os elementos para provocar no público uma boa reflexão sobre o assunto. “Ouvi esses dias um juiz falando que 70% do tráfico no Brasil vem da maconha, e se você legalizar a maconha, resolve boa parte da criminalidade gerada por isso; eu tendo a concordar com ele”, disse Fernando Meirelles, sócio da O2 Filmes, que produzirá a série, e pai de Quico. A convite do filho, o premiado cineasta promete dirigir dois ou três episódios de “Pico da Neblina”.

Meirelles endossou a iniciativa como premissa de que a televisão tem justamente a utilidade de levar reflexão para um grande número de pessoas.

O projeto foi anunciado nesta quinta, durante a Rio Creative Conference (Rio2C), evento de audiovisual que acontece no Rio até este domingo.

Foi Quico, presente no painel da HBO, quem contou como será a história. Fernando entrou em cena por meio de um depoimento gravado, endossando a satisfação de participar do time de diretores.

Diante da legalização da maconha, o personagem se vê no dilema de abrir uma loja de maconha com um de seus ex-clientes, da alta elite paulistana, ou de partir para outros negócios ainda escusos. Seu pai foi um grande criminoso, mas ele rejeita a ideia de seguir seus passos e só vendia canabis como meio de sustentar bem a família.

A produção motivou um novo método de pesquisa de elenco pela O2, produtora que tem boa experiência em treinar não atores para o set, de acordo com a história a ser contada (o filme “Cidade de Deus” é só o exemplo mais conhecido desse processo). Como a história gira fortemente em torno deste protagonista, a produtora resolveu convocar pessoas comuns, pela internet, a gravar um vídeo com determinado texto e enviar para a O2. Fez lá as restrições de idade e gênero, e recebeu de volta uma avalanche de interessados.

É desse time de milhares de anônimos que sairá a escalação do protagonista.

A produção não tem data para ir ao ar, mas deve ficar pronta só em 2019.

 

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Cristina Padiglione

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