Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Funcionários da Globo disputam selfie com Bolsonaro antes de sabatina

O TelePadi teve acesso a um vídeo registrado nos bastidores da sabatina do candidato à presidência Jair Bolsonaro, com funcionários da GloboNews pedindo selfie ao entrevistado, momentos antes da entrevista realizada na última sexta, dia 4.

 

Não significa, evidentemente, que a Globo cultue Bosonaro com essa mesma ênfase. Em 2002, quando eu trabalhava no “Estadão”, a redação se curvou à visita de Luís Inácio Lula da Silva, então candidato à presidência pelo PT, pedindo selvies com ele e até autógrafos. No dia em que a sede do jornal recebeu a visita de José Serra (PSDB), no entanto, candidato explicitamente apoiado pela empresa, muita gente se escondeu embaixo da mesa para evitar o constrangimento de apertar-lhe as mãos.

De todo modo, a quase idolatria a Bolsonaro, no backstage da maior empresa de comunicação do Brasil, reforça o potencial dele junto ao eleitorado, inclusive em circuitos por onde trafegam pessoas supostamente muito bem informadas.

O TelePadi procurou averiguar nesta segunda-feira, dia 5, os efeitos da constrangedora intervenção solicitada pela direção da Globo no encerramento da sabatina de Bolsonaro, em resposta à lembrança do candidato do PSL sobre o apoio de Roberto Marinho ao golpe de 1964. Na ocasião, a direção do canal submeteu Miriam Leitão, âncora do programa, a repetir um ditado que lhe foi soprado por meio do ponto eletrônico, contestando a versão de Bolsonaro, para lembrar que em 2013, o jornal “O Globo”, assim como a própria Globo, reconheceu o erro do apoio ao golpe.

Há o consenso de que o erro maior veio da direção do programa. No vídeo aqui anexado, vemos presença do diretor de Jornalismo da Globo, Ali Kamel, e do chefão da GloboNews, Miguel Athayde. Kamel, aqui serve como intermediário entre a decisão de João Roberto Marinho, de rebater a versão de Bolsonaro, e a desastrosa leitura de Miriam Leitão do comunicado.

A sequência vista no vídeo se passa antes da entrevista, quando Bolsonaro é conduzido ao estúdio por Kamel, cumprimentando, em seguida, alguns dos entrevistadores que compõem o grupo da sabatina. No trajeto ao estúdio, podemos conferir Roberto D’Ávila, um dos entrevistadores, rindo das piadas do candidato.

E você, viu a entrevista?

Acha que Bolsonaro foi muito ou pouco contestado? Por quê?

 

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Cristina Padiglione

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