Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

A censura está de volta e ocupa o centro do Roda Viva, com ex-ministro José Carlos Dias

O advogado José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça do governo FHC. Foto: STF

Em meio a liminares que proíbem, liberam e proíbem novamente a venda de livros de temática LGBT na Bienal do Rio, o Roda Viva dedica uma edição ao ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso, José Carlos Dias, nesta segunda-feira. O caso do Rio, no entanto, é só o mais recente de uma série de episódios que têm atingido em especial as artes no Brasil, da Ancine a exposições e livros, de uma forma que se pensava esgotada desde os anos 1990.

O próprio governador do Estado de São Paulo, João Dória, enfrenta críticas similares após mandar recolher das escolas estaduais material didático que aborda assuntos de identidade de gênero. Seria bom que também este caso fosse mencionado no programa de segunda, endossando a independência editorial que a Cultura sempre proclama em relação ao governo estadual, responsável por custear pelo menos 60% da Fundação Padre Anchieta, à qual a emissora está subordinada.

O Roda Viva com Dias vem na sequência de uma edição que causou muito debate antes, durante e depois da entrevista -falamos aqui de Glenn Greenwald, mais questionado sobre formas do que conteúdo na semana anterior.

Integrante da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, José Carlos Dias falará também sobre denúncias de torturas, além dos episódios de violações à liberdade de expressão, garantida pela Constituição.

O entrevistado carrega no currículo um longo histórico em defesa dos direitos humanos, aqueles mesmos direitos que esta semana motivaram Michele Bachelet a criticar o governo Bolsonaro, tendo ouvido de volta um insulto à memória do seu pai, morto pela ditadura Pinochet, no Chile,  o que só acabou por dar razão à ex-presidente do Chile.

A bancada de entrevistadores será formada por Ricardo Galhardo (O Estado de S.Paulo), Laura Diniz (site Jota), Tatiana Farah (Buzzfeed News), Sergio Roxo (O Globo e revista Época) e Leonardo Sakamoto, colunista do UOL.

RECORDES

Em tempo: a edição do Roda Viva da semana passada, com o sócio do site The Intercept Brasil, que vem revelando diálogos de bastidores da Operação Lava-Jato, bateu todos os recordes digitais. O programa  ficou em 1º lugar nos Trending Topics mundial no Twitter, além de ser alçado ao 1º lugar como vídeo em alta no YouTube. Ainda nesta sexta (6), figurava entre os 50 mais assistidos no canal.

Na transmissão ao vivo do programa no YouTube, houve um crescimento de 227,42% de visualizações totais, se comparado ao programa exibido no dia 26/8 – com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Já o pico de espectadores teve um crescimento de 222,94%.

No Facebook, houve uma expansão de 65,81% de alcance, 54,79% de visualizações totais e um aumento de 126,27% no pico de espectadores.

No Twitter, o número de visualizações totais foi ampliado em 134,81%; as impressões subiram 215,91%.

Desde 5 de agosto, o programa é apresentado por Daniela Lima, com trilha sonora nova, composta por João Marcello Bôscoli.

O Roda Viva vai ao ar nesta segunda, a partir das 22h, na TV Cultura e também pelo canal do programa no YouTube e via Facebook.

Confira a chamada para esta segunda:

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Cristina Padiglione

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