Compra da FOX pela Disney bate na trave e aumenta crise no audiovisual
Com a queda livre de clientes de TV por assinatura e o impasse criado na Ancine para novas produções de TV e cinema, os maiores anseios de produtoras e profissionais do setor têm se concentrado no investimento vindo de fora, via Netflix, Amazon e Disney.
É nesse contexto que se dá o anúncio do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) de revisar a autorização da aquisição da Twenty-First Century Fox pela The Walt Disney Company. Aprovada em fevereiro, a negociação tinha como única condição a venda do canal Fox Sports, a fim de evitar a concentração de poder na compra e distribuição de direitos de transmissão de eventos esportivos, em razão da ESPN, canal da Disney;
Segundo o bem informado Samuel Possebon, da Tela Viva, “atores de mercado que participaram de tratativas para a compra do canal esportivo” atestam que “as condições econômicas colocadas pela Fox para a venda inviabilizaram qualquer plano de negócio. “Os números colocados pela Fox aos possíveis compradores”, nas palavras de Possebon, “colocavam quase toda a receita com assinantes do conjunto de canais Fox para outros canais da programadora (que não serão vendidos) e apenas uma pequena parcela para o Fox Sports”.
Dono dos direitos da Libertadores na TV paga, a Fox Sports no Brasil acumula a maior parte dos custos de aquisição de direitos do canal em relação aos seus similares na América Latina.