Confira o nosso tour pela cenografia realista de ‘Amor de Mãe’
Ao longo de 30 anos de visitas a set, já vi muitas cidades cenográficas de novelas na vida, mas nada igual a “Amor de Mãe”, a atual novela das nove da Globo, de Manuela Dias, com direção artística de José Luiz Villamarim.
A produção e a primeira da emissora que mantém seus cenários montados o tempo todo, graças á inauguração dos novos estúdios da empresa, o MG4, abertos em setembro do ano passado. Até então, quartos, cozinhas, salas, tudo era montado e desmontado diariamente. As plantas de cada ambiente eram levadas para uma estufa para receberem os devidos cuidados e retornarem ao seu lugar de praxe quando seus cenários fossem novamente montados.
Agora, uma planta que ornamenta o belíssimo apartamento de Vitória (Taís Araújo) fica lá, quase o tempo todo, saindo regularmente só para tomar um solzinho breve.
A cidade cenográfica é de uma riqueza à parte no histórico das novelas. Praticamente todas as fachadas têm interiores, com destaque para a escola que tem abrigado, nos capítulos mais recentes, a maior parte da ação dos capítulos, com a ocupação dos alunos e professores, sob liderança da mestra Camila (Jéssica Ellen). O galpão de Davi (Vladimir Brichta) tem as dimensões reais que vemos na tela para simular uma oficina de reciclagem. E o restaurante de Telma (Adriana Esteves), idem, ostenta até quadrinhos e pratos nas paredes.
Não é à toa que a produção, embora fictícia, tenha uma atmosfera quase documental, êxito alcançado pela direção de Villamarim, que conseguiu isso também em “Justiça”, série da mesma Manu Dias, e mérito também de um elenco afiado e afinado, ditando um texto que tem embocadura, ou seja, que cabe de verdade na boca de quem o diz.
Neste vídeo abaixo está um breve registro da visita de um grupo de jornalistas à cidade cenográfica da novela, eu inclusa. Não pudemos fazer imagens dos estúdios, mas a assessoria de imprensa fez algumas imagens nossas na delicada e realista casa de Lurdes (Regina Casé). Alguns cômodos são tão pequenos, que mal imaginamos como uma câmera pode dividir aquele mesmo espaço com pelo menos dois atores em cena. Uma verdadeira engenharia.
Leia também: ‘Amor de Mãe’ não joga cenas fora: tudo tem uma razão de ser