Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

YouTube reúne mercado musical para evitar práticas equivocadas em lives

A çove de
Jorge & Matheus na garagem, primeira live avassaladora da quarentena. Foto: Reprodução

Esse negócio de live é muito bom, ajuda a entreter o público na quarentena e ainda auxilia muita gente que precisa sobreviver, mas convém evitar condutas equivocadas, tanto de comportamento como de práticas comerciais. Para fugir de alguns erros na avalanche de lives que se multiplicam dia após dia, a direção do YouTube reúne empresários e astros do mercado musical em uma videoconferência na tarde desta quarta-feria (15).

O time do YouTube vai chamar a atenção para o fato comercial, antes de mais nada. Não é possível abraçar toda e qualquer proposta de anunciante na live, sem determinar previamente quantas vezes o anunciante ou patrocinador terá seu nome mencionado e de  forma isso ocorrerá.

O pessoal que entende de publicidade na plataforma vai explicar por que convém mais fazer product placement (aqui sempre tratado sob a denominação de merchandising), que insere a marca no meio do conteúdo principal, sem interromper a cena, do que um filminho de alguns segundos como se fosse break.

Uma série de erros cometidos até aqui serão usados como exemplos de práticas que atrapalham a boa monetização dos vídeos. E como não é tempo de se perder dinheiro, lembrando inclusive que muitos artistas estão cortando salários de suas equipes, interessa a todos que o negócio funcione com o melhor aproveitamento possível.

Também não é possível encontrar artistas que fazem da live um bar simultâneo ao show e bebem até perder o prumo ao longo do show. Este já era um assunto pautado para a reunião do dia e agora ganha um fato novo: Gusttavo Lima e Ambev serão julgados pelo Conar, em razão do consumo de bebidas alcoólicas por parte do cantor durante a live realizada em sua casa, o que gerou reclamações de consumidores, segundo publica o Meio & Mensagem, veículo especializado em publicidade.

O portal de vídeos remunera todos os seus conteúdos de acordo com o número de visualizações de cada um, mas tem lá suas normas de publicidade e conduta. Nesse sentido, há queixas sobre boa parte das grandes lives feitas até aqui, de Gusttavo Lima, Bruno & Marrone, Jorge e Mateus e até de Marília Mendonça.

O YouTube vai orientar os músicos a não repetir o nome da marca sem acordo previamente estabelecido sobre o número de menções e exposição do anunciante.

Outra orientação é que o show pode e deve seduzir o público pela ideia do tom intimista de uma apresentação em casa, mas não se pode falar qualquer coisa durante a live, a ponto de comprometer a imagem dos artistas, lembrando que aquilo é um material registrado na íntegra, o que dificilmente acontece em um show normal pelas mãos do público. Quando um show na íntegra é comercializado, por exemplo, ele passa previamente por uma edição controlada pelo staff dos artistas. Na live, tudo vai literalmente para o ar e por isso é preciso ter um controle mais criterioso do que mostrar e cantar.

Em resumo: é preciso ter controle sobre o conteúdo ali exposto, tanto comercial como de repertório do artista.

Vivendo e aprendendo com os novos tempos.

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Cristina Padiglione

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