Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Pluto TV supera metas no Brasil e abre espaço para canal afro

Imagem de série da BET - Black Entertainment TV - novo canal da Pluto, dedicado à cultura afro / Divulgação

A ViacomCBS informa que o número de consumidores de vídeos na Pluto TV, plataforma de streaming gratuita, baseada só em publicidade e lançada em dezembro passado, já superou em 67% as metas estabelecidas para este momento.

Em conversa exclusiva com o blog, o vice-presidente sênior e gerente geral da ViacomCBS no Brasil, Maurício Kotait, conta que a Pluto atingiu, neste mês, o número de usuários que esperava somar só em dezembro próximo.

Segundo ele, a Pluto alcança 43 milhões de pessoas em 25 países, e o Brasil, em 100 dias de serviço,  entrou para o Top 3 dos países que mais consomem a marca.

Temos aqui 36 canais até o momento. O serviço quer alcançar um pacote de 50 canais até o fim do ano, conta Kotait.

Um dos próximos conteúdos a entrar no catálogo da plataforma é o BET (Black Entertainment Television), 100% dedicado à cultura negra.

Com bom retorno nos Estados Unidos, a sigla é inédita no Brasil, onde, numa linha parecida, só temos o Trace TV, canal pago dedicado à cultura africana e cujo conteúdo também está na mira de Kotait para a Pluto.

Os distribuidores e agentes de propaganda enfim descobriram o alto potencial de consumo dos negros, que durante muito tempo não só não consumiram mais porque não se viam representados pela TV e pela publicidade, quadro que vem mudando radicalmente.

“Trace também é um canal que a gente quer ter na plataforma, a gente está conversando. O Pluto é o desejo de consumo de todo mundo, a tendência é que ele tenha muito conteúdo de graça”, acredita Kotait.

A Pluto oferece conteúdo gratuito, via internet, bancado por uma publicidade que prevê um percentual aos produtores e donos das cenas lá distribuídas. A plataforma tem até aqui 76 parceiros na produção de programação.

Na publicidade, a Pluto já exibe comerciais de anunciantes relevantes como Amazon Prime, Nintendo, TIM, Santander e Diageo.

O streaming de graça só não pode canibalizar os canais pagos que a ViacomCBS oferece por meio de operadoras de TV por assinatura, mas às vezes traz algumas degustações de serviços não gratuitos, como é o caso de um canal promocional, que Kotait chama de “pop art”, da Paramount+, nova plataforma por assinatura disponível no Brasil, pertencente ao grupo.

Filmes e entretenimento, de modo geral, são os itens mais consumidos. Os canais infantis prometem uma curadoria confiável para os pais, e há também “canais de animê que vão muito bem”, conta ele.

A Pluto se surpreendeu com a boa receptividade do público ao seu produto, mas há razões para acreditar no negócio. Hoje, mais da metade da população brasileira (54%) assiste a conteúdo de entretenimento por streaming. Isso representa 115 milhões de consumidores.

Em recente estudo feito pela Kantar Ibope, constatou-se que o brasileiro nunca consumiu tanto vídeo como em 2020, por todas as telas disponíveis. Os índices no país estão acima da média mundial.

Segundo o instituto de pesquisas de mercado Dataxis, a receita de vídeo digital atingiu R$ 5,2 bilhões em 2020 e deve ultrapassar R$ 7,1 bilhões em 2021 – um aumento de mais de 36% em relação ao ano passado(2).

 

 

 

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Cristina Padiglione

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