Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

‘Pantanal’ segue arrebatando corações: Liga lá

Juliana Paes como Maria Marruá, logo após parir Juma / Reprodução

Estamos no 10º capítulo do remake de “Pantanal” e a produção não mostra trégua para sairmos da frente da TV. Novas versões de grandes sucessos costumam ser celebradas, mas também cobradas na mesma medida, sempre sob o desafio de fazerem frente à maestria do produto original. A saga dos Leôncios, traçada por Benedito Ruy Barbosa e agora atualizada e reescrita por Bruno Luperi, seu neto, tem feito jus ao mito da novela que mais incomodou a Globo em seus 50 anos de hegemonia.

Não era uma tarefa fácil, mas a proposta tem sido vencida, ao menos até aqui, por Luperi e Rogério Gomes, o Papinha, diante das referências incontestáveis deixadas por Ruy Barbosa e Jayme Monjardim.

Juliana Paes, cujo êxito para ser Maria Marruá foi alvo de dúvida para esta jornalista, mostrou-se digna do papel que foi de Cássia Kis. Cada suspiro desta mulher gera comoção de quem está do outro lado da tela. É preciso sublinhar aí a competência e sensibilidade da atriz, mas também a poesia dos diálogos,  aliada à direção da novela e à preparação de atores.

O elenco que entrou em campo nos tempos da extinta Rede Manchte praticamente conheceu sotaques, modos e dores de seus personagens só quando já estava no set.

É latente notar como há sobretudo um respeito muito grande pela obra original. Isso transborda da tela e está no texto, nas atuações, no figurino, na direção, na cenografia e na maquiagem, sem falar na trilha sonora, que aprimorou as rodas de viola em cena, sempre sob a batuta de Almir Sater, elo entre a versão original e o remake, um falso coadjuvante que ganha peso protagonista ao guiar a travessia das águas que levam e trazem não só os personagens, mas também suas histórias.

Eugênio, o chalaneiro, fala pouco e fala o essencial. Suas frases têm status de ensinamentos nada efêmeros para quem vai de um ponto a outro, pronto para transformar o destino de quem está, de quem vai e de quem chega.

“Você acha mesmo que ela virou onça?” pergunta-lhe Filó (Letícia Salles). “Não sei, Filó. Mas também não duvido de nada”, responde Eugênio sobre o relato de Maria virar onça.

A audiência segue respondendo com cerca de 27 pontos, patamar que seria considerado frágil até três anos atrás, mas que representa 5 pontos percentuais acima da novela anterior. De Lícia Manzo, “Um Lugar ao Sol” era de um raro primor como mote de reflexões para uma novela das nove e foi injustiçada sob vários aspectos (falaremos sobre essa gangorra da audiência no horário em outro post).

LIGA

  • “Pantanal”, por tudo o que foi dito aqui, com ênfase para Irandhir Santos, Enrique Diaz, Juliana Paes, Renato Góes, mais aplausos ao texto de Bruno Luperi e à direção de Rogério Gomes. A Benedito Ruy Barbosa, vale dizer: Cubra-se de glórias.

 

DESLIGA

  • Não sei se isso é uma estratégia do Grupo Globo para assinarmos o pacote mais caro do GloboPlay, nem sei se o combo Globo + Canais Globo poderia me oferecer o que eu não tenho. Mas sou assinante da Claro Net e a tentativa de assinantes de operadoras de ver programas dos canais pagos do grupo Globo pelo streaming no dia seguinte às exibições em tempo real é um desastre. Estamos na quarta-feira e não consigo acessar o Papo de Segunda, de dois dias antes, via GNT, nem pelo computador.
    Pela TV acessada via Apple TV, não é possível sequer baixar um aplicativo que substitua o GloboSat Play. Faz mais de um ano que a GloboSat foi extinta e que um aplicativo como o Apple TV não tem acesso a um novo recurso para trazer Multishow, GNT, Off, GloboNews e outros à tela da TV, pois o sistema informa que não há aplicativo para os Canais Globo baixável pela caixinha da Apple TV. Ruim, hein?

 

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Cristina Padiglione

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