80 anos completados hoje, Paulo José me habita a memória afetiva não só com seus adoráveis personagens e a voz de grandes locuções, mas com a entrevista que gentilmente me concedeu há dois anos, em sua casa, vizinha à Pedra da Gávea, no Rio, para o jornal "O Estado de S.Paulo". Na ocasião, ele me presenteou com um comovente texto seu sobre a luta contra o Parkinson, que enfrenta desde os 50 e poucos anos, assim encerrado: “O mais importante é que nunca deixei de ser bobo. Para citar nossa escritora (Clarice Lispector), ‘ser bobo é ter boa fé, não desconfiar e, portanto, estar tranquilo. Enquanto o esperto não dorme à noite. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo nem sabe que venceu. É quase impossível resistir ao excesso de amor que o bobo provoca… O bobo é capaz de excesso de amor e só o amor faz o bobo’.”