Corte dos comentaristas no ‘SBT Brasil’ não implica corte de gastos. Ainda
A decisão de Silvio Santos de cortar os comentaristas de política, economia, esportes e até de meteorologia (assunto que normalmente atrai anunciantes) no “SBT Brasil” é vista como absoluto capricho do patrão, e não como corte de gastos.
Como anunciou o blog de Maurício Stycer na última quinta-feira, o jornalista Kennedy Alencar, diante desse quadro e da suspensão das entrevistas que vinha comandando com possíveis candidatos à presidência para 2018, pediu demissão.
Nesta segunda, o colunista Flávio Ricco, também do UOL, anunciou que o jornalista Joseval Peixoto abandonará o noticiário até o fim do ano, por iniciativa própria, deixando a bancada a cargo de Carlos Nascimento e Rachel Sheherazade.
O caso é que nada disso parece apontar, pelo menos por enquanto, para um corte de gastos. As saídas de Joseval e Kennedy se dão por iniciativa de ambos, mas os demais profissionais, Bruno Viccari e Carol Aguaidas, não serão cortados, e sim aproveitados nas equipes de reportagens.
Internamente, a decisão de Silvio foi muito mal interpretada. Nesses tempos em que o público é bombardeado por informações o dia todo, cabe aos jornais e telejornais diários empacotar a notícia de modo a fazer o espectador compreender o contexto de cada situação, e os analistas de plantão, agora rifados do noticiário do SBT, têm peso fundamental nessa costura dos fatos.
Outro fantasma que ronda o pessoal da casa é a possível extinção do noticiário da madrugada, feito ao vivo e tão celebrado, até pouco tempo atrás, como um acerto da emisora.
De todo modo, coerência nunca foi o forte de Senor Abravanel.
Enquanto todos os canais enxugam a programação infantil, ele mantém espaço para o gênero, nem que seja para vender parte da programação para a Disney. E enquanto os noticiários respeitáveis buscam analistas e comentaristas, ele foge para o factual, que já é bem explorado pela internet.