Fábio Porchat reúne elenco do lendário ‘Castelo Rá-Tim-Bum’, um fenômeno da TV brasileira
Nino, Biba, Pedro e Zequinha vão se reunir novamente, 23 anos depois. Pena que o horário dessa cena esteja tão fora do alcance das crianças, o que vale, por modesta sugestão deste TelePadi, uma excepcional reprise à luz do dia do “Programa do Porchat” nesta sexta, dia 13 – e vale até para espantar os maus agouros da data!
Porchat reúne em seu programa, na Record TV, na madrugada desta quinta, a partir de 0h15, Dia das Crianças, para a Sexta 13, o elenco de “crianças” de um dos três programas infantis mais bem sucedidos da história da TV brasileira. Contabilizo, nesta lista, a “Vila Sésamo” dos anos 70, com Sônia Braga, Laerte Morrone, Aracy Balabanian, Armando Bógus, e “O Sítio do Picapau Amarelo”, com Zilka Salaberry, Rosana Garcia e Dirce Migliaccio, entre outros.
Na reunião hoje promovida por Porchat, só Chithya Rachel, a Biba, não estará fisicamente presente. Morando em Buenos Aires, ela participa da conversa por meio de Skype.
Os quatro atores relembram com satisfação o sucesso da atração, obra de Cao Hamburger (hoje na criação de “Malhação: Viva a Diferença”, com audiência recorde em anos), mais Flávio de Souza e Anna Muylaert. Nunca mais a Cultura conseguiu fazer nada igual, mesmo pelas mãos de Cao, que recentemente exibiu pela emissora a boa série “Que Monstro Te Mordeu?”.
O “Castelo”, assim como algumas novelas e séries, produziu uma combinação de produção e audiência que pode ser tratada como fenômeno. E, como fenômeno, não poderia se repetir pela mera tentativa de inspirar novas fórmulas. Num momento feliz, texto, elenco, criadores e trilha sonora (como é boa, a trilha do “Castelo”) se uniram e fizeram com que a série fosse reprisada ad eternum, chegando a 14 pontos de audiência (uma overdose de público, no caso da Cultura) em sua terceira reprise. Formou uma centena de milhares de crianças de gerações distintas e hoje, vamos dizer a verdade, carece de uma remasterização capaz de atrair um novo público. Seu arrefecimento perante as novas gerações é técnico, não por conteúdo supostamente defasado.
No palco da Record, na noite desta quinta, o elenco atesta os efeitos de até hoje estar preso de alguma forma àqueles personagens – Scapin, apesar de tantos papéis vividos de lá para cá, ainda tem no Nino sua maior referência, e hoje, muito tempo após o “Castelo”, cedeu aos encantos de resgatar os figurino do personagem para o monólogo “Admirável Nino Novo”, em cartaz no Teatro das Artes, em São Paulo.
“Havia a curiosidade de saber quem era o ator que fazia o Pedro. E as pessoas colocavam muita responsabilidade na gente, parecia que a gente não podia errar, que tinha que ter um comportamento exemplar”, conta Luciano Amaral, protagonista também de “Mundo da Lua”, outro sucesso infanto-juvenil. “As pessoas, até hoje, sorriem para mim quando descobrem que eu sou o Zequinha”, diz Fredy Állan.
Embora trabalhassem cerca de oito horas, de segunda a sábado, Cinthya comenta que o clima das gravações era ótimo e que os atores adultos tinham muita paciência com ela, Luciano e Fredy, os mais jovens do elenco. Scapin, hoje no elenco da novela “O Rico e O Lázaro”, na Record TV, assume que teve medo de ficar marcado em sua carreira apenas por um personagem de sucesso.
Quem são as Tias Bentas, os Ninos, os Bozos, as Xuxas ou os Garibaldos de hoje?