Netflix lança nova série nacional, no Rio da Bossa Nova, com protagonismo feminino
Vem da produtora Pródigo a quarta produção original brasileira bancada pela Netflix: “Coisa Mais Linda”, anunciada nesta segunda-feira, terá o final da década de 1950 e início dos anos 1960 como cenário, sob o contexto da revolução cultural motivada pela Bossa Nova, no Rio. Como convém à exploração de um período histórico, o enredo virá sustentado por um romance na linha de frente. E como convém à dramaturgia e aos tempos modernos, terá protagonismo feminino.
“Além de ser ambientada em uma época vibrante na cultura brasileira, a série conta uma história mais ampla sobre a autodescoberta, a busca dos sonhos e a emancipação das mulheres, temas incrivelmente relevantes para o nosso público tanto no Brasil quanto no mundo”, diz Erik Barmack, Vice-presidente de Conteúdo Original Internacional da Netflix, em comunicado distribuído à imprensa pela plataforma de streaming.
Ainda sem elenco anunciado, a história tem como foco Maria Luiza, uma mulher conservadora e obediente que sempre dependeu de seu pai, Ademar, e de seu marido, Pedro. Quando Pedro desaparece, Maria Luiza precisa viajar de São Paulo ao Rio de Janeiro, onde o marido tinha planejado abrir um elegante restaurante. Contrariando o seu bom senso – e para o sofrimento do pai –, Maria Luiza decide ficar no Rio e dedicar-se a transformar a propriedade de Pedro em uma casa noturna de Bossa Nova. É essa decisão que marca o despertar de uma apaixonada transformação em Maria Luiza, uma mudança influenciada por novas amigas liberais e feministas, bem como uma nova chance de amar.
Serão oito episódios de uma hora para esta 1ª temporada confirmada. A criação é de Heather Roth e Giuliano Cedroni, com texto de Pati Corso e Leo Moreira, e produção de Beto Gauss, Francesco Civita e Caito Ortiz.
A Netflix promete para 2018 a 2ª temporada de “3%” e a estreia de duas novas séries originais: “O Mecanismo”, criada por José Padilha (“Narcos”, “Tropa de Elite” 1 e 2) em parceria com Elena Soarez (“Xingu”, “Filhos do Carnaval”) e estrelada por Selton Mello, e a sitcom “Samantha!”, estrelada por Emanuelle Araújo e Douglas Silva. A lista de conteúdos originais também inclui documentários como “Laerte-se” e especiais de comédia com Felipe Neto, Marco Luque e Clarice Falcão, além das recém-anunciadas gravações com Rafinha Bastos e Edmilson Filho, que vão até março de 2018.
Também convém observar que é a primeira série da Pródigo para a Netflix. Assim como faz a HBO, a grife tem esparramado pelo mercado de produção independente suas propostas de produção, contando com braços distintos para fazer um acervo no Brasil.
Recentemente, a Pródigo produziu para a HBO a série documental “Outros Tempos – Velhos”, que terá uma segunda temporada dedicada aos jovens. A produtora também realizou uma das melhores séries com a HBO no Brasil, “Fdp”, sobre a vida de um árbitro de futebol (Eucir de Souza). O título só não foi adiante porque foi atingido em cheio pela rediscussão proposta pela Ancine para regulamentar os termos de propriedade autoral em produções financiadas pelo órgão público para o mercado independente, em parceria com programadoras de TV. Foi a partir de “Fdp” que se estabeleceu que produção financiada pela Ancine garante à produtora brasileira, e não à programadora/canal da parceria, a sociedade majoritária e a propriedade intelectual da obra, que passou então a ser apenas licenciada para o canal por um prazo determinado em cinco anos.