Aguinaldo Silva defende José Mayer: ‘querer cassá-lo como profissional é crime’
Afastado das novas produções de TV desde o fim da novela “A Lei do Amor”, no início deste ano, por acusação de assédio sexual, José Mayer sempre contou com uma defesa, nos bastidores, do dramaturgo Aguinaldo Silva, que contava com o ator para aquela que seria sua próxima novela “O Sétimo Guardião”, engavetada até segunda ordem. Com o passar dos meses, a defesa do autor foi se tornando cada vez mais aberta, a ponto de ganhar um post em sua página no Facebook, na última sexta, dia 24.
Diz o texto:
“Força, Zé! Todos cometem erros… e não será um bando de oportunistas que vai apagar a sua estrela! Faço por valer o significado da palavra ‘Amigo’: jamais vou te esquecer e ninguém vai me calar! Todos temos consciência da importância de José Mayer para a televisão, o teatro e o cinema nacionais. Querer cassá-lo como profissional é um crime imperdoável. A Justiça pode julgar um homem e mandar prendê-lo. Mas a maledicência pura e simples, ou uma acusação não comprovada através de um processo judicial não pode impedir um homem de trabalhar.”
Mayer deveria voltar ao trabalho em “O Sétimo Guardião”, que inicialmente estava prevista para substituir a novela atual, “O Outro Lado do Paraíso”. Quando a direção da Globo resolveu adiar a trama e antecipar a estreia do novo folhetim de João Emanuel Carneiro, Aguinaldo voltou a consultar a casa sobre a chance de Mayer poder estar na sua novela, considerando que o “castigo” estivesse cumprido até lá. Ouviu, mais uma vez, que não seria possível contar com ele.
Mayer foi acusado de assédio sexual pela figurinista Su Tonani, com quem trabalhou em “A Lei do Amor”.por meio de um depoimento em primeira pessoa publicado pelo blog #AgoraÉqueSãoElas, da Folha de S. Paulo. Ela disse que ele chegou a colocar a mão em sua genitália diante de outros profissionais. Mayer respondeu com uma nota de pedido de desculpas, alegando maus hábitos adquiridos pelo universo machista que dominou sua geração.
O colunista Léo Dias publicou, dias depois, que Su teve um romance clandestino com o ator, que é casado, o que ela, em seguida, negou. A figurinista, no entanto, optou por não prestar queixa formal de sua acusação.
Suspensos, mas não demitidos
O caso de Mayer se assemelha, guardadas as proporções, ao de William Waack, no que diz respeito à atitude tomada pela Globo. Assim como Mayer, Waack foi suspenso do vídeo, mas não demitido, após ser visto em um vídeo atribuindo um buzinaço em Washington a “coisa de preto”.
Aliás, no caso de Mayer, nem foi possível tirá-lo do vídeo, já que ele esteve, durante todo esse período, presente na novela em reprise à tarde, “Senhora do Destino”, e em “Tieta” (ambas escritas por Aguinaldo Silva) e “Fera Radical”, de Walther Negrão, em reapresentação no canal Viva, também do Grupo Globo.
Nenhum dos dois se manifestou em entrevistas sobre suas devidas ocorrências. Nos bastidores, comenta-se que os contratos em vigência ainda os impediriam de tratar do assunto com mais clareza.