Exclusivo: ‘A decisão foi da Globo. Eu não queria’, diz Aguinaldo Silva sobre novela
Em entrevista exclusiva ao TelePadi, o autor Aguinaldo Silva diz que escreverá a novela que a direção da Globo quer que ele escreva, mas não a que ele gostaria de fazer. Assim, em 12 de novembro de 2018, entrará no ar a história até aqui batizada provisoriamente como “O Sétimo Guardião”, mas com outro título.
“Primeiro eu tenho que dizer que a decisão foi da Globo. Eu não queria, mas eles fazem questão de botar a novela no ar na data combinada antes – 12 de novembro”, afirmou o autor.
“Ou seja: vou cumprir minha obrigação contratual, e neste caso tratarei de fazer o que sempre fiz: darei tudo de mim e escreverei a melhor novela possível.”
Alvo de ameaça de ação judicial movida por um dos ex-alunos de sua Master class de roteiro, Silvio Cerceau, que reivindica créditos de coautoria na história, “O Sétimo Guardião” chegou a ser engavetada pelo autor, que sugeriu outra sinopse para a Globo. Aguinaldo alegou que não suportaria ser acusado de plágio com um enredo que remete unicamente a um universo seu, inclusive com o retorno de personagens como Nazaré, de “Senhora do Destino”, e Perpétua, de “Tieta”, dentro do segmento de realismo fantástico no qual ele trafegou mais que qualquer outro dramaturgo na TV.
Diante da preferência de Silvio de Abreu, diretor do núcleo de novelas da Globo, pela primeira opção, o autor se rende à sinopse, desde que o título seja outro.
“Pra começo de conversa, não gosto mais do título da novela e pedirei à direção da emissora que descubra outro. ‘O Sétimo Guardião’, nem morta!”
“Como eu já tinha escrito 25 capítulos, estou relendo tudo e, claro, fazendo mudanças e correções. É importante que, mais do que qualquer outra, esta novela tenha o meu DNA, de modo que ninguém de boas intenções tenha dúvidas sobre quem a criou e a escreveu.”
A insistência da direção da Globo por esta opção está calçada também pelo trabalho do departamento jurídico da casa. Após a questão reivindicada pelo ex-aluno, ele e os outros 27 estudantes receberam de volta o dinheiro correspondente ao investimento no curso, com juros e correção, e foram convidados a assinar outros documentos, reconhecendo que nada discutido em sala de aula daria direito a coautoria na sinopse.
“O que me deixou tranquilo é que depois de ler, reler e treler todos os documentos de cessão de direitos de uso do material que os alunos assinaram, o Jurídico da Globo reconheceu que não há como haver contestação quanto a isso na Justiça.
Repito esta não é mais a novela dos meus sonhos. Mas é a que a emissora quer ver no ar em novembro do ano que vem, assinada por mim. E eu, como gatilho de aluguel que sou, não posso me recusar a escrevê-la, portanto, como já disse, farei dela a melhor de todas as novelas que escrevi.”