Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Adnet e Sterblitch trocam selinho no clipe ‘Eu sou bi’, na volta do ‘Tá no Ar’

Sterblitch e Adnet: 'É natural ser bi / Não tem que se reprimir': clipe divertido contra a intolerância

A 5ª temporada do “Tá no Ar”, que estreia nesta terça na TV e já está disponível pelo GloboPlay, está mais progressista que nunca.

Além da sátira a “The Walking Dead”, aqui chamada como “Walking Back”, que bota uma turma para frear zumbis contrários à liberação do aborto, ao feminismo, a movimentos LGBT e a exposições de artes com nudismo, um clipe bastante ousado encerra o primeiro episódio, dando conta que “todo mundo é bissexual”.

Estreante da atração, Eduardo Sterblicht faz as vezes do macho desconfiado dos rapazes que namoram outros rapazes, sem entender que as pessoas também podem ser bissexuais. “Ele é bi”, canta Marcelo Adnet. Ao longo do clipe, ao som de canção dos Jacksons Five, a defesa sobre a bissexualidade é feita por cada um que passa por Sterblicht e sobre personalidades históricas, com dados científicos.

“Segundo os cientistas, quase todo animal é bi, veja os exemplos dos pinguins”, endossa um verso. “Existe bi e gay”, canta outro. “Sartre (Jean-Paul), Chanel (Coco), Bjorc e Dali (Salvador) eu ouvi que também era bi”. “Alexandre, o Grande, Angelina Jolie…” “Eu sou bi, respeite. É natural ser bi, não tem que reprimir”.

Enquanto falavam sobre a nova temporada nos Estúdios Globo, há duas semanas, para uma plateia de jornalistas e estudantes, os criadores do programa, Adnet, Marcius Melhem e o diretor Maurício Farias, endossaram o propósito de dar voz às vítimas da intolerância, seja religiosa, sexual “ou de qualquer outra ordem”, explicou Melhem.

Chama atenção, no encerramento do clipe, que fecha o programa, o plim-plim da Globo envolto em um globo de espelhos que reflete luzes de cores lilás, azul e branca. É a vinheta clássica da casa na sua versão arco-íris, o que coloca a marca da emissora, e não apenas os seus talentos, diretamente posicionada a favor da tolerância à diversidade de gêneros. Será que eu viajei muito? Honestamente, nunca vi sinal de apoio tão evidente, com a devida associação do logotipo.

Em um momento em que a polarização divide famílias à mesa do almoço de domingo e pensamentos conservadores infestam as redes sociais, o posicionamento da Globo é de uma ousadia digna de aplausos.

A emissora, que já havia tomado partido contrário ao veto a exposições de artes, tendo sofrido intenso ataque de grupos favoráveis à censura, não se deixou abater diante da gritaria da internet, um barulho que certamente não representa a opinião da maioria, ainda bem.

 

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Cristina Padiglione

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