Adaptação de ‘Tieta’ para o México está quase pronta no papel
Uma nova versão de “Tieta”, de Jorge Amado, vem sendo criada, de novo com narrativa de folhetim, sob encomenda de um empresário do México. A notícia foi dada em primeira mão pelo meu mestre Flávio Ricco e seu fiel escudeiro José Carlos Nery, e cá tentamos levantar novos detalhes desse enredo. Esse produtor, cujo nome vem sendo mantido sob certo sigilo, comprou os direitos da obra, com a família do escritor baiano, e contratou um grupo de roteiristas brasileiros para desenvolver o trabalho.
O time inclui Vitor de Oliveira, que foi roteirista em “O Astro” e “I Love Paraisópolis”, Rodrigo Ribeiro e Virgílio Silva. A novela que consagrou Betty Faria na personagem foi vista aqui em 1989, com texto de Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzhon.
A nova adaptação está quase no final e mantém a história no agreste brasileiro, como manda Amado no texto original. Com todos os capítulos em mãos, o produtor mexicano gravará tudo de uma só tacada, em ritmo de série, em estúdios no México. As externas, no Brasil, serão também programadas para consumirem poucos dias de expediente, a fim de baratear os custos. O programa será vendido para o mercado local e ganha proporções de apostas maiores para o mercado internacional.
Convém lembrar que o México não é grande importador de novelas brasileiras, já que tem uma escala de produção maior que o Brasil, no ramo. A Televisa é a maior produtora de novelas do mundo, até porque realiza folhetins em ritmo muito mais industrial e menos artesanal que o nosso. Mas a “Tieta” da Globo foi exibida por lá, e quando foi ao ar, chocou os mexicanos, mais conservadores que o público brasileiro. Assim, foi exibida tarde da noite, lá pelas 23h, para afastar a chance de ser vista pelo público infantil.
Cristina Padiglione