Biscoito fino do acervo televisivo, ‘A Vida como Ela É’ ganha exibição no Canal Viva
Produção das mais requintadas que a televisão já produziu no passado, “A Vida Como Ela É” ganha nova exibição pelo Canal Viva, a partir do dia 25.
São 40 episódios baseados nos ricos contos de vida que Nelson Rodrigues publicava no jornal “Última Hora”, de 1951 a 1956. A adaptação é de Euclydes Marinho e a direção, de Daniel Filho e Denise Saraceni. Os originais foram ao ar em 1996, como curtas-metragens durante o no “Fantástico”.
Um elenco formado por Tony Ramos, Maitê Proença, Cláudia Abreu, Marcos Palmeira, malu Mader, Guilherme Fontes, Giulia Gam, Antônio Calloni, Gabriela Duarte, Leon Góes e Débora Bloch se revezam no elenco das histórias, que têm narração de José Wilker – exceção feita ao episódio de estreia, na voz de Hugo Carvana.
No primeiro conto, “O Monstro”, Bezerra (Guilherme Fontes) alimenta uma paixão pela cunhada Sandra (Claudia Abreu), mas logo os dois são flagrados e ele é acusado de ter assediado a moça indefesa. Sandra se esconde atrás de uma aura de santidade, enquanto Bezerra é julgado pelo sogro, Dr. Guedes (Mauro Mendonça), e por sua esposa Ruth (Débora Bloch), que sofre a dor da traição. O desenrolar da trama contém todas as artimanhas dos textos rodrigueanos e Bezerra acaba sendo “perdoado” pela família e cai, novamente, nos braços da irmã de sua mulher.
O Viva exibirá dois episódios em sequência. Assim, a seguir, no mesmo dia 25, tem “Quem morre descansa”, com Tony Ramos e Débora Bloch. Ele é Norberto, casado com uma mulher que agoniza, quase à beira da morte. Ela é Julinha, sua colega de trabalho, por quem ele se declara apaixonado. Mas para que fiquem juntos, Norberto precisa ficar viúvo. Acontece que Queiroz (Leon Góes) também deseja loucamente Julinha, que já não aguenta mais esperar por Norberto. Num rompante, ela decide se casar com Queiroz, no mesmo momento em que a esposa de Norberto morre. Diante do fato, Julinha diz a Queiroz que não poderá se casar com ele pois já é de outro. Humilhado, ele a mata com um punhal no peito.
A adaptação para a TV consegue captar o tom trágico (às vezes flertando com o cômico, de tão trágico), presente na obra de Nelson, de modo a honrar o texto. Direção e atuação não se atrevem a aparecer mais que os diálogos, precisos, enxutos, de estancar a respiração do espectador.
Para ver, ler, rever e reler.
A Vida Como Ela É
Estreia: 25 de agosto
Horário principal: sexta, às 23h e 23h15
Horário alternativo: domingo, à 0h30 e 0h45