Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Canal para cães amplia seu alcance, sem se render (ainda) à publicidade

Abrigado sob o guarda-chuva do grupo Discovery, o Dog TV chega à NET agora, com distribuição em São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre. Levar um canal de entretenimento ao melhor amigo do homem sai por R$ 19,90 mensais, mas veja a vantagem: o cão não há de sofrer pressão da publicidade, item ausente na emissora.

VP Internacional de Distribuição e Vendas do Dog TV, Yoav Ze’Evi conversou com o TelePadi durante o Fórum Pay TV, realizado em São Paulo no início de agosto, e explicou que o canal não tem publicidade (apesar do altíssimo apelo comercial que o segmento representa) porque é feito justamente para os cães – e não para os seus donos.

Nos Estados Unidos, no entanto, o canal tem arriscado alguns conteúdos para os humanos que estão por trás desses espectadores, e é certo que isso algum dia chegue aqui.

Num universo de 509 assinantes de TV com pelo menos um cachorro em casa, uma pesquisa da ECGlobal realizada entre junho e julho de 2017 constatou que 82% dos entrevistados consideram relevante ter um canal para cães. Nesse mesmo quadro de entrevistados, 91% aditam que o cachorro assistiria o canal, mesmo que fosse por um curto período, e 69% se mostraram dispostos a assinar um serviço do gênero.

Calcula-se que haja mais de 600 milhões de cães de estimação no mundo e cerca de 52 milhões deles estão no Brasil.

Apoiado por 68 estudos acadêmicos o trabalho de especialistas em comportamento canino, o DogTV desenvolveu uma programação que exibe cores, temas e escalas tonais (visuais e sonoras) especialmente produzidos para a leitura canina. A proposta é promover relaxamento e entretenimento aos bichinhos que ficam sozinhos em casa.

Segundo Ze’Evi, a sonoridade do canal foi criada a partir de timbres, frequências e volumes agradáveis aos ouvidos dos animais, e os elementos visuais respeitam as características fisiológicas próprias da visão canina.

 Música instrumental, o be-a-bá de bebês, risadas infantis, paisagens naturais e outros cães em momentos de alegria e calma são algumas das sequências e temáticas da programação. São mais de 2 mil títulos divididos em três gêneros: relaxamento, estímulo e exposição (situações do dia a dia). Uma equipe de compositores e instrumentistas cria trilhas sonoras de acordo com os princípios estudados.

E se você acha tudo isso uma grande bobagem, anote aí: o DogTV está hoje presente em 12 países, como França, Portugal, EUA, Coreia do Sul, Japão, Alemanha e Reino Unido, alcançando mais de 50 milhões de assinantes.

No Brasil, país onde há mais cachorros que crianças, 44% dos lares têm um cachorro de estimação. Terceiro maior mercado pet do mundo, perdendo apenas para EUA e Reino Unido, o país movimenta cerca de R$ 20,7 bilhões de reais ao ano só com esse segmento – o que inclui gatos, claro, e, em menor proporção, outros bichinhos.

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Cristina Padiglione

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