Caráter de juiz não interferiu na recusa de Moura
Em mais um desses boatos que a internet se encarrega de espalhar e ampliar, a recusa de Wagner Moura em viver o juiz Sérgio Moro na ficção foi atribuída a uma suposta posição do ator de não interpretar personagem “mau caráter”. A história teria começado a partir de um tweet de Rafinha Bastos, alvo de milhões de seguidores, com base em uma nota sobre o convite recusado. O post era piada, mas foi reproduzido à exaustão como coisa séria.
“Wagner Moura recusa interpretar Moro em série. ‘Não interpreto mau-caráter’, disse o ator q concorre ao Emmy pelo papel de Pablo Escobar”, publicou o humorista no seu perfil, no dia 17. Seu post seguinte, já no outro dia, dizia: “Eu vou morrer na dúvida se o público foi burro ou eu que não expliquei direito.”
A proposta para viver Moro veio de José Padilha, que dirigiu Moura em “Tropa de Elite” e na série “Narcos”, agora dedicado a uma produção sobre a Operação Lava Jato para a Netflix.
Com tantos compartilhamentos, tomamos contato com o boato sem conhecer sua origem. E como a premissa da história não se sustenta no histórico do ator, que já deu vida a adoráveis personagens de todo tipo de caráter, o ‘TelePadi’ foi atrás de representantes seus, em busca de um esclarecimento.
Soubemos que o convite existiu, de fato, que Moura o recusou, mas que a justificativa em nenhum momento passou pela questão do caráter do personagem, para o qual também já foram convidados Selton Mello (que também recusou o trabalho) e Rodrigo Lombardi.
A recusa de Moura se dá por mero conflito de agendas. No momento, ele já engata a pré-produção e finalização de roteiro do filme que dirigirá sobre o guerrilheiro Carlos Marighella, a partir da biografia do jornalista Mário Magalhães. Moura ficará atrás das câmeras nos meses a seguir, podendo até dar o ar da graça, discretamente, com alguma participação menor no próprio longa.
