Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Caso Waack é citado em aula de Cármen Lúcia na PUC sobre liberdade de expressão

Presidente do Supremo Tribunal Federal.(STF), a ministra Cármen Lúcia dava uma aula para 70 formandos do curso de Direito da PUC-MG, sábado, dia 11, em Belo Horizonte, quando o caso William Waack foi mencionado por um dos estudantes. A ministra afirmou então que “é preciso ter muito cuidado com que se diz hoje em dia”. Uma frase infeliz, continuou, mesmo sem propósito, pode gerar um clima contrário à “tolerância e à liberdade de expressão”.

A aula tinha como tema central a recente decisão do STF que derrubou a nota zero para redações que manifestassem ideias contrárias aos direitos humanos. Cármen Lúcia voltou a defender o direito de cada um de se expressar, sempre com a ressalva sobre a cautela com o que é dito.

A própria ministra fez questão de lembrar que já foi autora de uma frase infeliz, quando disse, em 2016, que os “integrantes do tribunal não eram autistas”. O episódio  se deu durante uma entrevista à Globonews, ao afirmar que a sociedade podia esperar o empenho dos integrantes do tribunal, porque “eles não são autistas e sim cidadãos”.

Foi imediatamente repreendida por associações ligadas aos portadores da doença e se apressou em distribuir uma nota, informando que fez uso do termo “sem qualquer motivação de ofensa ou desqualificação à condição de autista”. “Recebi manifestações – justas e motivadas – de que o uso era indevido e poderia ser interpretado como ofensivo. Diante da repercussão, sei agora que não poderia ter feito uso da palavra, pois poderia ensejar má interpretação”, concluiu, na ocasião.

No caso de Waack, visto em um vídeo em que atribui a “coisa de preto” um barulho de buzinas que atrapalhava a gravação de uma entrevista com Paulo Sottero, por ocasião da eleição americana, no ano passado, o jornalista disse não se lembrar do que disse, mas pediu desculpas a quem se sentiu “ultrajado”.

Ele permanece afastado de suas funções pela Globo, que distribuiu comunicado reforçando ser “visceralmente” contra o racismo.

Convém observar que Heraldo Pereira, apontado como um dos nomes cotados para se tornar titular da bancada do “Jornal da Globo”, tem ótimas relações com Waack, que foi a Brasília no último aniversário do jornalista, para abraçá-lo pessoalmente.

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Cristina Padiglione

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