Cauã Reymond tomará o lugar do irmão gêmeo na próxima novela das nove
Dois irmãos gêmeos separados na infância, vividos por Cauã Reymond vão descobrir a existência um do outro apenas aos 18 anos. Esse é o mote de “Em Seu Lugar”, primeira novela de Lícia Manzo para a faixa das nove da noite na Globo. O folhetim vai suceder “Amor de Mãe”, de Manuela Dias, atualmente no ar.
Antes que alguém aponte aí a semelhanças com “Baila Comigo” (1981), de Manoel Carlos (aliás, reprisada recentemente pelo canal Viva), é bom avisar que os rumos tomados pelos gêmeos são bem outros. Por diversas razões e pelas mãos do destino, um deles acabará tomando o lugar do outro.
Com direção artística de Maurício Farias, a novela já tem no elenco nomes como Marcelo Faria, Marcos Caruso, Elizabeth Savalla, Tony Ramos, Andréia Horta e Andréa Beltrão, sem falar em outros tantos, ainda em negociação.
As gravações começam na segunda semana de fevereiro e a estreia está programada para maio.
Cauã já fez gêmeos na TV e não faz tempo. Foi na belíssima minissérie “Dois Irmãos”, trabalho baseado no livro homônimo de Milton Hatoum, com direção de Luís Fernando Carvalho e texto de Maria Camargo. Quem não assistiu, por favor, assista. E quem não leu o livro, pelamor, devore as páginas do Hatoum, que são incríveis.
Ainda que se distancie completamente de “Baila Comigo”, “Em Seu Lugar” tem boas condições de sanar a sede pelo estilo de Manoel Carlos na faixa nobre, em razão da proximidade do trabalho da autora, centrada em relações humanas, com o universo tão bem explorado pelo veterano. Até três meses atrás, a reprise de “Por Amor” derrubava todos os conceitos atuais sobre a ineficácia de cenas longas em novelas, ao seduzir uma plateia acima da média no Vale a Pena Ver de Novo.
Hoje com 86 anos, Maneco desacelerou o ritmo de conflitos em sua última novela, “Em Família” (2014), mas mantinha com vigor a proposta do melodrama em tempo real, com cafés da manhã que poderiam durar até três capítulos, isso sim, não mais válido para o contexto de hoje em dia.
Em “A Vida da Gente” e “Sete Vidas”, ambas para a faixa das 18h, Lícia Manzo mostrou que sabe abordar relações humanas, sem ceder ao embalo da televisão clipada e rasa, com diálogos afiados, longe do lugar comum e prontos para fazer pensar. Há motivos para boas expectativas.