Combate à intolerância religiosa ganha espaço oportuno em ‘Malhação’
A destruição de um terreiro de candomblé por um grupo de traficantes encerrou o capítulo de “Malhação – Vidas Brasileiras” nesta quinta, em sequência que se desdobra a partir desta sexta. A situação de intolerância religiosa, infelizmente, está longe de ser ficcional, e reflete casos muito similares ocorridos nos últimos tempos, em especial em comunidades dominadas pelo tráfico e pelas milícias no Rio de Janeiro, tendo sempre o candomblé como vítima.
Apesar da gravidade que o assunto demonstra, episódios do gênero têm sido tratados com pouco destaque por mídia e governos (estadual e municipal). Daí a boa percepção de “Malhação” em jogar holofotes sobre a questão. Oxalá esse enredo se multiplique em outras telas.
Na história escrita por Patrícia Mortzohn, com supervisão de Daniel Ortiz e direção de Natália Grimberg, Talíssia (Luellem de Castro) já tinha sido ameaçada por Jorge (Hugo Germano) a interromper as atividades relacionadas ao candomblé no terreiro. Ela insistiu. Enfrentou Jorge e acabou levando um corretivo pela atitude, sendo agredida pelo grupo de traficantes.
Preocupada, Simone (Dani Ornellas) pediu o apoio de Gabriela (Camila Morgado) e Rafael (Carmo Dalla Vecchia), mas Talíssia, já recuperada da violência que sofreu, resolveu batizar Valentina (Maria Alice Guedes) em uma cerimônia realizada em uma cachoeira, com a presença dos amigos do colégio e da ONG Percurso. Enquanto isso, Jorge observa à distância todo o movimento, sem ser visto. Quando Valentina, Talíssia, Simone e os convidados voltam para casa, são surpreendidos com o terreiro totalmente destruído.
“É muita maldade… Como é que fazem isso com a gente?”, ela lamenta.
Parece um drama? Sim, e é. Infelizmente, a tolerância e a boa convivência entre religiões e credos diversos é algo que sempre foi festejado como característica do país. Sempre há alguém a lembrar que aqui, judeus e árabes se relacionam em harmonia com frequência, por exemplo, e o sincretismo une, historicamente, ícones africanos com imagens sacras trazidas pelo catolicismo.
Esse é um bom foco para servir como merchandising social. A quem interessa desrespeitar a crença alheia?