Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Comédia brasileira da Netflix, ‘Ninguém Tá Olhando’ leva o Emmy Internacional

Kéfera Buchmann e Victor Lamoglia em 'Ninguém Tá Olhando' / Divulgação

Um ano após abocanhar um Emmy Internacional de comédia pelo especial de Natal “Se Beber não Ceie”, de 2018, do Porta dos Fundos, a Netflix fatura outro troféu na categoria, agora com a série “Ninguém Tá Olhando”, produzida pela Gullane, dos irmãos Caio e Fabiano Gullane, em parceria com a plataforma. O título é uma produção original do serviço de streaming e, como tal, só pode ser distribuído pela própria Netflix no mundo todo, o que não é nada mau.

Pouco antes do resultado, ainda há pouco, conversei com Fabiano Gullane, que ressaltou a importância da indicação, e a premiação vale ainda mais, como chancela para a produtora em projetos não apenas no Brasil, onde a Gullane já é bem cotada, mas também no exterior.

A Netflix ainda não definiu se fará uma nova temporada da série, que tem direção de Daniel Rezende. O enredo apresenta uma companhia de anjos que tratam de reduzir o número de acidentes diários entre os humanos em todo o planeta. De caráter universal, sem distinção de faixa etária, é um script capaz de alcançar todos os públicos, mas  nem por isso tem argumento e abordagem rasa, ao contrário.

Como apelo ao público jovem brasileiro, a produção trabalha com dois ídolos do YouTube: Victor Lamoglia e Kéfera Buchmann. Ele é Uli (Victor Lamoglia), o mais novo Angelus do 5511º Distrito, que não se conforma com ordens sem argumentos e decide se rebelar. Ela é a terrestre Miriam (Kéfera), alguém que mistura credos e rituais, ligiramente atrapalhada. O elenco conta ainda com Júlia Rabello, Augusto Madeira, Danilo de Moura, Leandro Ramos, Telma Souza, Projota, Sergio Pardal, Eliana Guttman, Ester Dias, Felipe De Carolis, Thati Lopes, Priscila Sol, Wallie Ruy, Mauricio De Barros, Hermínio Ribeiro, Jackie Obrigon e Paulo Vasconcelos

Para Fabiano, o prêmio endossa a constância da produtora brasileira e da indústria nacional do audiovisual, um setor que ganhou força pela lei da TV paga e pelas políticas públicas de incentivo que alimentaram o segmento e hoje se encontram sob risco de perder espaço. “Nenhum canal estrangeiro hoje é contra as cotas de produção nacional porque viram que o brasileiro gosta de se ver na tela. No ano passado, a gente teve 18% de conteúdo brasileiro na TV por assinatura, muito acima do que a lei pede, porque é o que dá resultado”, comenta.

Este é o primeiro Emmy da Gullane, que já foi premiada em Cannes, no MIPTV, com a série “Carcereiros”, parceria com a Globo, e teve “Irmãos Freitas” selecionado para Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Também é da produtora o documentário “Babenco: Alguém tem que ouvir o Coração e Dizer: Parou”, de Bárbara Paz, que representará o Brasil na disputa por uma vaga entre os finalistas a Filme Estrangeiro em 2021.

“’Ninguém Tá Olhando’ tem um ‘high concept’ muito original e isso nos pareceu atual e pertinente para uma comédia ousada que traz humor e reflexão” afirma Caio Gullane.

O roteiro é assinado por  Mariana Trench, chefe da equipe, Mariana Zatz, corroteirista chefe, Rodrigo Bernardo, David Tennenbaum, Leandro Ramos, Fernando Fraiha, Cauê Laratta e Felipe Sant’Angelo.

Aqui um trailer do mais novo premiado pelo Emmy Internacional. Indicada nas categorias de série dramática, com “Elis”, e de atriz, com Andréa Beltrão (por “Hebe”), a Globo perdeu os troféus nessas categorias.

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