Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Cozinha do Lorençato provoca afeto, aguça o paladar e gera confiança

Arnaldo Lorençato com Janaína Torres, a Dona Onça: casualidade, acolhimento e franqueza

Esqueça a figura do crítico de gastronomia temido retratada na animação “Ratatouille”, ou mesmo do impiedoso Manuel (Luis Brandoni) na ótima série argentina “Nada” (Disney +). Com o rigor de quem domina o território de restaurantes e afins, da cozinha à mesa, Arnaldo Lorençato está longe de agradar a todos os estabelecimentos que avalaia – e nem poderia, que bom. Mas, afável no trato, na prosa e no texto,  desfruta de um respeito excepcional entre leitores e profissionais do ramo.

Conhecedor do riscado todo, sabe argumentar o que vale e o que não vale no concorrido segmento que faz de São Paulo uma cidade bem cotada no quesito que aborda.

É com esse repertório, formado ao longo de décadas de ofício, que ele conduz dez entrevistas com chefs de diferentes vertentes e experts em comida para a série Cozinha do Lorençato. A produção é iniciativa da Veja São Paulo, publicação em que o jornalista estampa seus créditos há anos, sendo hoje editor-executivo da publicação.

A primeira edição já está disponível na plataforma de streaming Veja+ e no canal da Veja no YouTube, tendo a chef Janaína Torres como convidada. Dona de uma história vitoriosa, ela conta como surgiu o apelido que batiza o Bar da Dona Onça e descreve a trajetória que fez dela a melhor chef mulher do mundo pelo ranking The World’s 50 Best Restarantes.

E como é bom ouvir uma conversa que tem no entrevistador o seu próprio roteirista, expert do tema posto à mesa. É confortável, para quem está de olho na tela, encontrar ali alguém que acompanha uma receita culinária sem parecer um estranho no ninho, como se constata na prosa com a entrevistada à beira do fogão.

Modesta, a produção escapa com louvor da cilada de ostentar cenografia com pinta industrial ou megalómana, como alguns reaity shows de culinária vistos na TV. Isso só conspira a favor do acolhimento que tanto combina com cozinha, o cômodo da casa onde acontecem, afinal, as melhores conversas.

No jogo de palavras que procura extrair o tempero de cada entrevistado, Lorençato divide a prosa por seções batizadas com expressões dignas do métier, como “entradas”, “prato principal”, “receita que desandou” e “cafezinho”, para concluir o enredo.

Além de Janaína Torres, que nos brinda com uma conversa franca, disposta a escancarar a alma diante da evidente confiança no entrevistado, a playlist de Lorençato terá ainda Alex Atala, o titular do D.O.M., restaurantes que desfruta de uma cotação 5 estrelas máximas pelo Comer & Bbeber, e do brasilerio Dalva e Dito. Renata Vanzetto, responsável pela cozinha autoral do Ema, do Matilda, do Mi.Ado e da Mamma Vanzetto, também passará pelo radar do crítico. A série se estende a Elisa Fernandes, do francês Clos Wine Bar, a Carmen Virgína, do Altar Cozinha Ancestral, e ainda a Antonio Maiolica, do italianoTemperani Cucina e do ll Rooftop.

Tem ainda a benfeitora social Vó Tutu, que movimenta a Vila Brasilândia com suas ações, o confeiteiro Lucas Corazza e o divertido Mohamad Hindi, um alvo fácil nos algoritmos que guiam minha navegação pelo Instagram, além da influenciadora Isabella Scherer, a Isa.

As dez edições serão publicadas semanalmente, sempre às quintas-feiras, às 18h, no canal da Veja no YouTube

Vai lá!

 

 

 

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