Criadora e diretor da série ‘A Vida Secreta dos Casais’, Bruna e Ricelli defendem terapia sexual
Sexo e poder, sob a premissa de que ninguém é exatamente o que parece ser, movem a nova série da HBO, “A Vida Secreta dos Casais”, criada por Bruna Lombardi e seu filho, Kim Ricelli, com direção de Carlos Alberto Ricelli, auxiliado pelo próprio Kim.
Como dizem pais e filho, e não há como negar, “é uma série em família”.
Bruna vive Sofia, uma terapeuta sexual que trabalha com técnicas de sexo tântrico e terapias holísticas. Pergunto aos dois se eles já fizeram terapia baseada no sexo tântrico. Bruna é quem responde, sem usar a primeira pessoa do plural e procurando uma resposta mais genérica do que a minha invasiva pergunta:
“A gente quer tratar o sexo com uma delicadeza incrível, coisa que é rara. Em geral, essa abordagem é feita de forma muito consumista, explorativa, ou com certo tabu. Mas pegar um tema tão central da vida de todos nós – todos nós somos fruto de um ato de sexo, a vida é sexo – e tratar isso com um olhar de delicadeza, com a capacidade de expansão, o quanto isso nos eleva como seres humanos, o quanto as relações podem ser mais completas, se isso for abordado da maneira certa…”
Volto à questão sobre quais terapias esse belo casal já experimentou: “a terapia holística é nosso instinto primeiro, a gente vive uma vida que mistura praticidade, criatividade, humor, a delícia e o humor de viver juntos, o prazer, com uma vida holística mesmo, que é o sagrado em tudo o que a gente faz.” Quando pergunto quantos anos mesmo têm de casados, os dois respondem: “Muitos”. “A gente não tem uma data de quando começou e é cada vez melhor”, resume Ricelli.
O filho, Kim, formado em teatro em Los Angeles, onde a família passou boa parte dos últimos 30 anos, diz que sempre gostou do ambiente de set frequentado pelos pais, mas sempre no backstage. Explica que não foram os pais que o pouparam de paparazzi ou outro tipo de exposição, mas a reclusão sempre foi uma opção sua.
A presença de Bruna como uma terapeuta sexual é, por si só, um fator sedutor. Bela que sempre foi e é, com seus 65 anos, a atriz ganha ainda pelo timbre de voz, grave e quase sussurrado em cena. A cena inicial, uma DR de um casal no consultório da terapeuta, seguida de uma demonstração prática do tantra, pode gerar a falsa impressão de que o sexo está em primeiro plano. Logo se verá que os meandros do poder ocupam a linha de frente, determinando os acontecimentos da narrativa. Sofia, personagem de Bruna, estará desde o primeiro capítulo envolvida em uma trama política complexa, do universo corporativo, por meio de um ex-paciente e amigo.
Ricelli se empenha no papel de um detetive afinado com o mundo corporativo. Costurando o enredo, há a presença da imprensa, ali representada pelo jornalista Vicente, vivido por Alejandro Claveux, que trabalha com a fotógrafa Renata, papel de Letícia Colin.
O elenco conta ainda com Paulo Gorgulho, Virginia Cavendish e Hugo Bonemer.
Importante: A HBO avisa que abrirá seu sinal a todos os assinantes de TV neste fim de semana. Faz parte do show para incentivar a audiência dos novos produtos e atrair novos clientes para o seu serviço.
Veja abaixo as entrevistas que gravei com Bruna e Ricelli e Kim e Alejandro, além de uma edição com testemunho de Virginia Cavendish, Mel Lisboa e Ariela Goldman, e outra com Ricelli em cena.