Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

ESPN lança campanha para combater desigualdades entre gêneros no esporte

Filme da campanha traz ícones de vários esportes

Mulheres no esporte ganham até 40% menos que o mínimo pago aos homens nas mesmas modalidades.

Jogadoras ganham premiações até 30% menores.

Para elas, patrocínios são até 50% menores.

O investimento no esporte, entre mulheres, é até 90% (!) menor que no mundo masculino.

Essas são algumas das informações que recheiam o filme da campanha “Inequality Balls”, idealizado pela agência África e lançada pela ESPN e wESPN, plataforma de vídeo sob demanda da grife. O objetivo, claramente, é evidenciar as discrepâncias entre homens e mulheres no esporte.

O nome da ação vem na esteira das bolas produzidas pela Penalty e vendidas pela Netshoes, com renda revertida para a Ong de empoderamento feminino Think Olga.

A ação encerra o mês de bandeiras especialmente levantadas pelo Dia Internacional da Mulher.

O filme inclu atletas ícones do esporte nacional como Jaqueline Silva, Virna Dias, Betina Schmidt e Camila Brait, do vôlei, Alline Calandrini, do futebol e Marisa Cintra, do futebol freestyle.

Recentemente, a ESPN anunciou que ampliará a sua programação de esportes femininos, adquirindo os direitos para a exibição do Campeonato Italiano e da Champions League de vôlei, além da Champions League de futebol feminino.

O projeto surgiu em resposta à pesquisa produzida pelo jornal britânico Sporting Intelligence que, em 2017, analisou a remuneração de 465 times de 29 ligas, em 16 países e 9 modalidades diferentes e evidenciou que a disparidade está presente em todos os esportes.

Até por isso, o projeto Inequality Balls contempla bolas de basquete, futebol, handebol e vôlei.

Segundo dados da pesquisa, no basquete, uma jogadora ganha até 96 vezes menos do que um jogador de mesmo nível técnico. Já no futebol, a média salarial de um único jogador é maior que a média de um time inteiro com vinte atletas de futebol feminino.

Na Europa, jogadoras de handebol profissionais não ganham mais que US$ 34 mil, ao passo em que os homens, praticantes da mesma modalidade, têm médias salariais que superam a casa do milhão.

Mesmo em esportes como o tênis, em que o assunto é amplamente discutido há décadas, alguns torneios ainda apresentam grandes diferenças. Há campeonatos em que o valor da premiação para as mulheres chega a ser metade do que é entregue aos atletas masculinos.

O vôlei feminino desperta a atenção para um problema que vai muito além dos números. Neste esporte, a inequality ball questiona a diferença de conteúdos não sexistas nas modalidades masculina e feminina.

 O lançamento da campanha acontece nesta quinta, 29 de março, com o filme na ESPN e site oficial sobre a iniciativa, onde as bolas estão à venda. Outras informações em: www.inequalityballs.com

Abaixo, o filme que lança a campanha

 

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Cristina Padiglione

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