Endemol Shine Brasil vai agenciar os talentos que seus programas revelam
Dona de vários formatos de talent e reality shows produzidos em vários países, inclusive no Brasil, a Endemol Shine Brasil percebeu que ajuda a criar um capital humano que depois não fica na empresa, mas vira ouro nas mãos de terceiros.
Assim, o grupo, que é parte da Banijay, maior conglomerado de conteúdo independente do mundo, passará a agenciar as Julietes que brotam desses reality shows, por meio de uma parceria com a agência Suba, especialista em conteúdo de influência. É nessa seara que as cifras têm se multiplicado assustadoramente.
Tem gente que sai de um reality show na metade –nem precisa ser finalista– e passa anos se sustentando só com o que anuncia em sua página no Instagram. A proposta da Endemol e da Suba é prometer ao cliente potencializar sua força nas redes sociais, monetizando melhor a sua imagem, em troca de um percentual do faturamento, claro.
Os primeiros talentos a serem agenciados serão das produções The Bridge (HBO Max), Canta Comigo (Record) e Queen Stars (HBO Max).
“Em 2018, a Endemol Shine Brasil, através de seu departamento de licenciamento, começou a entender internamente que todas as ações e campanhas de licenciados que envolviam as produções da empresa, acabavam sendo realizadas com os próprios participantes de seus projetos”, explica a gerente de Licenciamento da Endemol Shine Brasil. “Identificamos aí uma oportunidade, que teve início na França e Espanha, quando a Endemol, nos dois países também, começou a agenciar os seus talentos.”
No caso do Masterchef, a Endemol Shine Brasil fará parceria com a Meni, empresa que já agencia os participantes do programa há anos, direcionando os negócios para a área de gastronomia.
Desde o início de sua operação no Brasil, em 2007, a Endemol Shine Brasil já produziu mais de 120 projetos diferentes, que resultaram em milhares de participantes, por meio de atrações que chegam a impactar cerca de 40 milhões de espectadores por dia, como é o caso do Big Brother Brasil.
Só para ficar no BBB, dono do maior engajamento provocado por um programa de TV no Brasil, o avanço no uso das redes sociais transformaram profundamente as relações entre o público e o programa nesses quase 20 anos em que o título vem sendo produzido no país, com 21 temporadas.
As mudanças acontecem a ponto de o Twitter afetar até as gangorras de votos que determinam a eliminação ou não de um participante, o que explica o passo agora anunciado pela Endemol Shine Brasil. Essa é uma ideia que começou a ganhar corpo no final de 2019 e, como tantas outras coisas, foi adiada em função da pandemia.