Consumidor da Netflix é mais jovem, mas mais pobre que assinante de TV paga
Na base de assinantes da Netflix, 49% dos assinantes têm até é 29 anos e 40% têm de 30 a 49. Essa tendência etária praticamente se inverte no universo da TV paga, onde só 12% da base, no pais, tem até 29 anos. A maciça maioria é mais velha – 48% dos consumidores têm de 30 a 49 anos e 40% estão acima dos 50.
Em compensação, no quesito faixa social, acontece o contrário: a classe C é 56% da base da Netflix. Na TV paga, esse extrato da sociedade responde por 42%. Já a classe AB, que na plataforma de streaming representa apenas 20% do bolo, responde por 48% dos assinantes. As classes D e E também têm um bom fôlego na Netflix, com 24% da base de assinantes, representando apenas 10% dos assinantes de TV paga.
Os dados são de um estudo inédito apresentado pelo pesquisador Renato Meirelles, fundador do Data Popular, hoje rebatizado como Instituto Locomotiva, durante o Fórum Pay TV, que aconteceu esta semana em São Paulo.
O levantamento mostra que 32% do universo de assinantes de TV paga tem Netflix.
Os brasileiros com acesso à internet hoje somam 122 milhões de indivíduos, sendo 68 milhões deles adicionados ao sistema só na última década, o que operou profundas transformações nas tendências de consumo de audiovisual e informação em geral..
Os internautas com mais de 60 estão concentrados entre os mais ricos – 60% deles estão na classe AB.
Outro dado muito interessante da pesquisa evidencia a distância entre o perfil de quem cuida da publicidade de TV no Brasil e o retrato da população, o que talvez explique por que 108 milhões de pessoas não se identificam com propagandas na TV. Entre os consumidores com mais de 50 anos, essa falta de sintonia é gigantesca, alcançando 73% do target.
Por que será? O levantamento mostra, por exemplo, que 48% da população é masculina, mas os profissionais que fazem publicidade são 60% de seu mercado. Confira abaixo as discrepâncias:
Esses dados me remetem a uma curiosidade que sempre me assalta nas publicidades de Dia dos Pais (que vem aí) e Dia das Mães: por que a maioria maciça dos comerciais expõe exemplares de pais e mães tão atléticos, sarados e sorridentes com a mais avançada estética odontológica, se a maciça maioria do povo brasileiro e da castigada população de idade mais avançada é o oposto dessa imagem? Aí está uma boa resposta para minha angústia.