Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Ex-executiva do alto comando da Globo é contratada pela Warner

Mônica Albuquerque. Foto: Ramon Vasconcelos/Rede Globo

Apontada como a primeira brasileira entre as 50 mulheres mais influentes e de maior impacto na indústria do entretenimento no mundo pelo International Women’s Impact Report, da revista americana Variety, Mônica Albuquerque, ex-diretora de Desenvolvimento e Acompanhamento Artístico da Globo, é a mais nova aquisição do grupo de executivos da WarnerMedia.

Ela passa a responder pela contratação de projetos, dramaturgos, diretores e produtoras para realizações latino-americanas nos canais Warner, TNT, Space e HBO, que logo inovará seu serviço de streaming no Brasil, com a chegada do HBO Max.

Oxalá sua chegada reanime as iniciativas da HBO por aqui, desacelerada no último ano. Recentemente, Roberto Rios, que cuidava das produções brasileiras no canal, deixou o grupo, com bons feitos durante sua gestão, parte dela ao lado de Maria Angela de Jesus, que desde 2017 estava na Netflix, tendo também deixado a empresa no mês passado.

A movimentação desses executivos tem tudo a ver com um mercado de streaming em profunda transformação e expansão no país, atendendo também à queda de assinaturas na TV paga.

Além da chegada da Disney+, em novembro passado, o Brasil trabalha hoje com vários outros modelos de serviços, inclusive de gente grande oferecendo video sob demanda gratuito, como é o caso da Pluto, da Viacom. O próprio GloboPlay, que Albuquerque ajudou a estruturar, oferece uma grande quantidade de conteúdo gratuito, custeado com publicidade, como é o caso da Pluto.

Albuquerque esteve na Globo pelos últimos 21 anos, sendo os sete últimos à frente da diretoria de Desenvolvimento e Acompanhamento Artístico da emissora, avaliando e afetando o conjunto de decisões sobre novelas e séries em produção, além de administrar com êxito a fogueira de vaidades que envolve atores e dramaturgos na maior produtora do país.

Sua saída, em dezembro, após reestruturação promovida na área, com a chegada de Ricardo Waddington ao comando do entretenimento da Globo, foi vista com surpresa por muitos atores e roteiristas, e esta colunista nunca ouviu uma queixa que fosse ao trabalho dela nessa seara. “Mônica apagou muito incêndio na Globo, acho inaceitável a saída dela”, opinou um autor de novelas.

Na reestruturação, foi oferecido a ela que ficasse apenas com a administração do elenco, e não mais com a participação na escolha sobre novelas e séries em produção. A executiva não teria aceitado esta divisão de seu núcleo e pediu para deixar o grupo.

Em sua gestão, abriu espaço para novos atores, diretores e autores, propondo também processos inovadores de trabalho e de desenvolvimento dos talentos, com a promoção de palestras, seminários e leituras do interesse dos profissionais de criação no entretenimento da Globo.

Antes de mergulhar nesse universo, Albuquerque foi voz de comando na CGCom, Central Globo de Comunicação, que atende a imprensa especializada em TV e entretenimento, e atua na imagem e nas campanhas da emissora.

Segundo comunicado da Warner, Albuquerque “atuará em contato estreito com as divisões latino-americanas de produção e distribuição de conteúdos para canais lineares e digitais -incluindo a marca premium HBO, o novo serviço de streaming HBO Max e as marcas básicas como TNT, TNT Series, Space, Cinemax e Warner Channel, além das propriedades de TNT Sports”.

Ganha a Warner.

Perde a Globo.

 

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Cristina Padiglione

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