Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Exposição de Silvio Santos no MIS é parque de diversões

Videowall de imagens de Silvio Santos na exposição do MIS

Se o seu sonho sempre foi entrar no foguete do Silvio Santos e responder “Sim” ou “Não” para perguntas como “você quer trocar um Porshe zero por um skate usado?”, sem ouvir o que o patrão perguntava, seus problemas acabaram.

A exposição “Silvio Santos vem aí”, pré-inaugurada nesta terça, 6 de dezembro, no Museu da Imagem e do Som (MIS) oferece a chance de o visitante entrar naquela cabine, botar os fones de ouvido e ver a luz interna piscando para que ele aperte “Sim” ou “Não”, endossando sua resposta no microfone instalado lá dentro. Do lado de fora, uma bicicleta e vários brinquedinhos promovem as marcas dos produtos, muitos deles licenciados pelo próprio Silvio. Cena impensável para as restrições que a publicidade hoje faz ao público infantil, essa era a realidade adorada pelas crianças (eu inclusive) que adoravam assistir ao “Domingo no Parque”, em um mundo sem tablets, sem TV paga e, especialmente, sem internet. Do lado de fora do foguete, o auditório se esforçava para gritar ao máximo a resposta certa, num misto de desespero pelo provável desperdício e também de esperança de que o candidato do foguete pudesse ouvir alguma coisa.

Depois de cruzar por Roque, Aracy de Almeida, Pedro de Lara, Hebe Camargo, Lombardi e tantas outras figuras com cara de SBT, você dá de cara com uma roleta gigante e, ao contrário do que acontece na maioria dos museus, não é proibido tocar. Ao contrário. O visitante é convidado a girar a roleta, até que o indicador pare em um estilo musical e um áudio comece a cantar. Deu samba. Toca “(…) de que me vale um saco cheio de dinheiro, pra comprar um quilo de feijão (…) Responda rápido: Beth Carvalho. E comemore como se estivesse no auditório do Silvio, de preferência concorrendo a uma casa própria.

Mais do que apresentar a evolução da TV por meio de câmeras e monitores de TV que atravessaram seis décadas e meia, a exposição promove a chance de brincar de ser colega de trabalho do Silvio. Antes de embarcar nos “brinquedos” interativos, no entanto, o visitante conhecerá toda a origem do Homem do Baú e saberá que o pai dele perdeu uma loja inteira por dívidas em jogos. É de se suspeitar que todo o talento do homem para sortear até geladeiras no pólo norte, pelo carnê do baú, pela carta ou pela Tele Sena, certamente venha desse trauma de infância. Até o Chaves, originalmente nascido na mexicana Televisa, mas associado à rede de Silvio Santos no Brasil, está lá. Uma ala resume suas inclinações para  a política, com trechos de suas promessas como candidato a presidente em 1984. E não se permita dizer que não viu, mas sua mulher viu e achou muito bom.

Vai pra lá!

 

Aqui, uma visita ao cenário do Domingo no Parque e uma conversa com Elmo Francfort, pesquisador de TV, do Museu Pró-TV

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Cristina Padiglione

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