Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

‘A Força do Querer’ chega ao capítulo 100 como a maior audiência da Globo desde ‘Amor à Vida’

Eugênio (Dan Stulbach) assume romance com Irene (Débora Falabella). Foto: TV Globo

“A Força do Querer” chega nesta quinta-feira, 27 de julho, ao capítulo 100, e já pode ser tratada como a maior audiência da Globo desde “Amor à Vida”, de Walcyr Carrasco, como aponta um levantamento exclusivo feito pelo TelePadi.

Até o capítulo 98, exibido na terça, dia 25, a trama de Glória Perez somava 33,15 pontos na Grande São Paulo, maior mercado de TV e de publicidade do Brasil. Nenhum outro folhetim, de “Amor à Vida” para cá, chegou a tanto. O enredo de Carrasco em que Mateus Solano ganhou o público como o vilão Félix somou 35,12 pontos na audiência nacional, até o capítulo 98, e chegou ao fim com 36 pontos de média. Como os dados do PNT costumam ficar um pouco acima dos dados de São Paulo, onde a disputa e a fragmentação da audiência é maior, pode até ser que Glória vença Carrasco no placar final.

Confira a audiência média das novelas das 9 até o capítulo 98 na Grande São Paulo, desde “Império”, de Aguinaldo Silva :

 

IMPÉRIO (2014/15)………………………….30,52 pontos, com 48,78% de share (*)
BABILÔNIA (2015)……………………………25,09 pontos, com 38,49% de share
A REGRA DO JOGO (2015/2016)……….26,25 pontos, com 39,11% de share
VELHO CHICO (2016)……………………….27,97 pontos, com 40,12% de share
A LEI DO AMOR (2016/17)…………………25,90 pontos, com 37,61% de share
A FORÇA DO QUERER (2017)…………….33,15 pontos, com 46,65% de share

(*) Share é o porcentual de televisores sintonizados na Globo que considera apenas  o universo de televisores ligados.

Repare que embora “A Força do Querer” tenha uma audiência absoluta maior que “Império”, a novela de Aguinaldo Silva, protagonizada por Alexandre Nero, concentrava um porcentual maior de share do que a trama atual. Em 2014, a audiência da TV paga, Netflix e afins roubava menos público da Globo.

Além de toda a meritocracia que cabe a Glória Perez, convém também considerar que o número de televisores ligados cresceu entre 2016 e 2017. E quando a novela das 9 vai bem, todo o resto da programação é puxada para cima, com efeitos diretos no “Jornal Nacional” e nos programas após a novela, da linha de shows à novela das onze (“Os Dias Eram Assim” já superou a média de “Verdades Secretas”).

Desde “Babilônia”, que patinou com a rejeição a lesbianismo e outras tramas, aliada ao sucesso de “Os Dez Mandamentos”, na Record, a direção da Globo vem batendo cabeça para acertar o passo de seu principal produto. “A Regra do Jogo”, de João Emanuel Carneiro, desafiou uma audiência preguiçosa a avaliar a dualidade de caráter das pessoas, mas conseguiu mais que “Babilônia”, de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga. Veio “Velho Chico”, de Benedito Ruy Barbosa, que ousou na trilha sonora e na linguagem socialmente engajada. Apesar das divergências entre o diretor Luiz Fernando Carvalho e a direção da emissora, foi justamente a maior audiência do período, até que Glória Perez trouxesse sua trupe do Pará para a faixa nobre. “A Lei do Amor”, de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, que sucedeu “Velho Chico” e precedeu “A Força”, derrubou todos os esforços das duas tramas anteriores, com um enredo insosso e pouco atraente.

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Cristina Padiglione

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