Frutos da pandemia, Bial e Adnet em casa estão entre os campeões do ano no GloboPlay
Exibido quando o relógio já venceu meia-noite ou 1h, o Conversa com Bial foi o título mais visto na aba de Variedades do GloboPlay em 2020. Mas se o programa não fosse relevante, não haveria tanta gente disposta a acessar o streaming da Globo para recuperar as edições perdidas, e este foi, seguramente, o melhor ano do programa desde a sua estreia, em 2017.
No quesito Humor, o mérito fica com Marcelo Adnet. Em um ano particularmente fraco para a TV na produção do gênero, até em razão da pandemia, Adnet se reinventou em casa, com apoio da mulher, Patrícia Cardoso, e supervisão de Dani Ocampo, na série diária “Sinta-se em Casa”. Em um só episódio, era capaz de se desdobrar em 13 personagens, de Sergio Moro a Donald Trump, passando por Lula, William Bonner, Silvio Santos, Mario Frias, Ciro Gomes, Marina, Galvão Bueno e, claro, o campeão do deboche, Jair Bolsonaro.
Aí estão dois casos em que a pandemia favoreceu a criação e o resultado da obra.
A “redução” de elementos do Conversa com Bial lhe tirou a plateia, item tão essencial na temperatura das entrevistas, mas foi justamente essa ausência de aparato de grande show que deu aos convidados a falsa privacidade das lives, quando as pessoas quase se esquecem de que aquela não é uma conversa privada, como faz parecer o fato de estarem no conforto de suas casas sem desconhecidos por perto.
Foi assim que as pessoas se colocaram ali com uma dose bem menor de filtro, instigadas por uma entrevistador que igualmente as deixava muito à vontade.
Em razão da periodicidade do Conversa, Bial também teve a oportunidade de prestar o melhor tributo aos 70 anos de TV, com uma ótima série de entrevistas distribuídas ao longo do ano, contemplando as histórias de Lima Duarte, Fernanda Montenegro, Tarcísio Meira, Glória Menezes, Betty Faria, Lucélia Santos, Cid Moreira, Boni, Daniel Filho, João Emanuel Carneiro, Glória Maria, Carlos Alberto de Nóbrega, Glória Pires, Antonio Fagundes e, para fechar, Fábio Júnior, nesta sexta (19).
De quebra, teve até entrevista com Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos. O repertório foi imbatível para uma temporada com tantas restrições de produção.
Já Adnet nos entregou programetes de segunda a sexta feitos à moda da cozinha italiana, cuja essência está no frescor dos ingredientes. Todo dia tínhamos uma crônica em cima dos acontecimentos do dia ou da véspera, cenas frequentemente reverberadas no Encontro do dia seguinte. no frescor dos ingredientes
Foram 110 incansáveis episódios, que só até setembro somavam 60 milhões de visualizações.
Seja lá quando for possível retomar as atividades televisivas sem tantas restrições, Adnet e Bial ficam com a segurança de que a saída do estúdio não é problema para eles, muito pelo contrário.
Os mais vistos do ano no GloboPlay têm como fonte o próprio serviço de streaming, que listou os campeões de 2020 a pedido da coluna.
Eis aqui a lista completa:
- “The Good Doctor – O Bom Doutor” foi a série mais vista
- “Arcanjo Renegado” foi a série original mais vista
- “Cinquenta Tons de Cinza” foi o filme mais visto
- “Em Nome de Deus”, sobre João de Deus, produção original (aliás, da equipe do Conversa com Bial) foi o documentário mais visto
- “Tieta”, novela de 1989, adaptação de Aguinaldo Silva para a obra de Jorge Amado, foi a novela mais vista
- “Sinta-se em Casa”, com Marcelo Adnet, foi o título mais visto em Humor
- “Miraculous – As Aventuras de Ladybug”, título trazido pelo canal Gloob, foi o infantil mais visto
- “Sandy & Júnior: Nossa História” foi a produção mais vista em Música
- Jornal Nacional, em um ano de grande demanda de informações, em especial por causa da crise sanitária, foi o mais visto em Notícias
- Caetano Veloso foi a live mais assistida
- BBB 20, óbvio, foi o reality mais procurado