Globo promove curso sobre ‘entrevista documental’ para pesquisadores
Sabe aquela mania que a gente tem de ver um filme, uma novela ou uma série e jurar que isso ou aquilo não é verossímil? Pois é. Normalmente, nas produções bem cuidadas, sempre há um pesquisador amparando o roteirista com informações plausíveis, ao menos no caso de roteiros com pretensões realistas e de documentários. Mas buscar relatos verdadeiros de personagens verdadeiros requer técnica, estratégias e muita sensibilidade.
É nesse contexto que convém relatar a iniciativa da Globo de promover um curso com a diretora, roteirista, editora e professora Cristiana Grumbach, a convite da área de Desenvolvimento e Acompanhamento Artístico da casa. O tema: entrevista documental.
Profissionais que trabalham com pesquisa e criação nos Estúdios Globo compunham a classe de alunos, todos da área de entretenimento, incluindo pauta, imagem, texto e personagens, para atrações da dramaturgia e de variedades.
A emissora informou que a oficina tem o objetivo de apresentar de forma prática e teórica o que cineasta Eduardo Coutinho costumava chamar de “conversas filmadas”, explorando diversos modos de se fazer entrevistas.
“Num mundo em que todos querem falar, o gesto da escuta é cada vez mais raro (e precioso), justo porque é o fundamento do diálogo e sem ele não há acordo”, ressaltou Cristiana. “No curso Técnicas de Entrevista, estudamos os diversos modos de se fazer entrevistas, nos detendo especialmente em técnicas que ampliam nossa condição de escutar o outro na sua radical diferença. Para isso, observamos como o recurso da entrevista tem sido usado, desde o advento do som sincrônico à imagem até os dias de hoje, com ênfase no que Eduardo Coutinho chamava de ‘conversas filmadas’”, reforça ela.