Globo enfrenta outro Mar Vermelho na Record: as Muralhas de Jericó
Com direito a reportagem promocional no “Jornal da Record” do sábado que passou, 15 de outubro, a Record vem bombando também em todos os programas da casa o início da exibição do grande evento na linha “efeitos especiais” da novela bíblica da vez, “A Terra Prometida”. É nesta segunda, 17, que a coisa toda começa, com larga distribuição para quatro capítulos.
A queda das Muralhas de Jericó teve uma previazinha no primeiro capítulo, mas só agora, das últimas semanas para cá, foi de fato filmada na sua plenitude, com um exército de 200 a 300 figurantes por dia, que hão de se multiplicar em milhares dentro dos truques que se realizam nos programa de computação gráfica e efeitos especiais. O episódio está, para “A Terra Prometida”, como a abertura do Mar Vermelho estava para “Os Dez Mandamentos”, com um agravante para a Globo: a novela concorrente, agora, é ainda uma história recém-lançada, ainda em batalha para decolar na audiência. “A Regra do Jogo”, que enfrentou o Mar Vermelho, já corria mais ou menos estável em seu enredo, quando foi lesada pelo cajado de Moisés. Na média geral, “A Regra” nunca chegou a ficar em segundo lugar no Ibope, mas é certo que, na semana em que Moisés cruzou o mar com o povo hebreu, durante os minutos em que as duas tramas concorriam, sim, a Record levou a melhor.
Mas, se “A Lei do Amor” ainda tenta ganhar o coração de um público noveleiro cada vez menos disposto a pensar e mais atraído por receber tudo mastigadinho de um folhetim, a distância entre Record e Globo, desta feita, é mais folgada. Ambas ganharam audiência de um ano para cá, em boa parte, impulsionadas pelo crescimento no número de televisores ligados no período. Resta considerar que a Record começou a rufar tambores em cima do “Jornal Nacional”, durante “Os Dez Mandamentos”, pela liderança em Belém do Pará. Há um mês, a façanha se repetiu, pela mesma Belém, com “A Terra Prometida”. A estreia da novela de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari também atravessou sua primeira semana beneficiando “A Terra Prometida”: a Record ganhou audiência no horário e a Globo, perdeu, na troca de “Velho Chico” por “A Lei Do Amor”.
A realização das cenas para a queda das Muralhas vem com algum knowhow do que o diretor Alexandre Avancini conseguiu fazer durante a abertura do mar, em “Os Dez Mandamentos”, mas teve um complicador extra: a presença de pelo menos 50 cavalos em cena. Avancini explica que os hebreus agora chegam mais imponentes, dos pela emissora, “Desta vez o Exército de Israel é um exército montado a cavalo, nós não tínhamos isto em ‘Os Dez Mandamentos’. Agora temos os hebreus montados, aparamentados, e todas as cenas envolvem dezenas de animais, a gravação é sempre mais complexa”, diz.
“Esta cena começou a ser gravada no começo do ano pois uma parte já foi ao ar no primeiro capítulo quando mostramos o início da queda, as muralhas começando a rachar. Agora mostramos toda a sequência da muralha caindo e o que vem a seguir, que é a completa destruição do reino de Jericó. Após a queda das muralhas, Josué e os hebreus invadem a cidade, matam o rei e a rainha, uma série de personagens morrem e marca o fim da primeira fase da trama”.
A captação de toda a sequência envolveu gravações também com painéis de chroma key, utilizados para a inserção das imagens registradas fora do Brasil, no caso, no continente africano e em Israel.
“A queda das muralhas marca o final da primeira fase da novela, que podemos chamar de ‘Fase Jericó’, e dá início a uma nova fase, a ‘Fase Ai'”, explica o autor da trama, Renato Modesto, que conclui: “Ai é o próximo reino que os hebreus vão enfrentar, com novos vilões, como o rei Durgal, o governador Kamir e o general Yussuf, e muitas aventuras até chegar o momento de uma nova e desafiadora batalha”.