Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

GloboPlay confirma compra de ‘The Handmaid’s Tale’

Elizabeth Moss, premiada no Emmy, é June, uma das handmaids: cone obstrui a visão das aias

Seus problemas acabaram. Série trazida pelo Paramount Channel para o Brasil, a premiada “The Handmaid’s Tale” estará na GloboPlay. Falta definir a partir de quando, isso é verdade, mas estima-se que o título, baseado no livro “O Conto de Aia”, de Margaret Atwood, esteja disponível por lá já em janeiro.

A plataforma também confirmou nesta quarta a aquisição de “Big Bang Theory”, mais antiga, mas ainda em produção, exibida aqui pelo Warner Channel. Os dois títulos estavam em negociação pela GloboPlay desde agosto.

Nem o Paramount nem o Warner possuem canais sob demanda na internet, o que nos forçava a ver as séries pelo caquético sistema da TV linear – quando a transmissão está no ar – ou a possuir um sistema de DVR, que grava a programação para o assinante ver quando quiser. Outra opção, experimentada por muita gente que conheço no caso de “Handmaid’s”, era piratear o produto, via downloads ilegais ou DVDs vendidos nas ruas das principais cidades brasileiras.

Passado algum tempo da exibição pelo Paramount, já com meses de atraso em relação à plataforma Hulu, nos Estados Unidos, o NOW, espaço de conteúdo sob demanda da NET e da Claro, negociou com o canal a disponibilização da primeira temporada de “Handmaid’s”. E a segunda, exibida há cerca de dois meses pelo Paramount, também já desembarcou por lá.

“The Handmaid’s Tale” é um dos 20 novos títulos internacionais que a GloboPlay promete oferecer pelos próximos dias, em doses homeopáticas, segundo anunciou ontem o diretor da plataforma, João Mesquita, a um pequeno grupo de jornalistas do qual fiz parte.

Segundo ele, a GloboPlay tem hoje 20 milhões de pessoas trafegando pela plataforma, entre assinantes e não assinantes – segmento esmagadoramente maior, ele admite.

Hoje, o título mais visto na GloboPlay é o mesmo que tem maior audiência na TV: a novela das nove, no caso, “O Sétimo Guardião”. Entre assinantes, o pico fica com a série “Ilha de Ferro”, última produção original lançada pela Globo, especialmente para a GloboPlay, e com “The Good Doctor”, outra produção internacional adquirida pela Globo para o streaming.

É de se esperar que um dia, quem sabe, “Ilha de Ferro” chegue à Globo, digo, a TV aberta, assim como “Assédio”, outro título ainda exclusivo da GloboPlay. Mas Mesquita adverte que não necessariamente toda a produção vista lá será um dia exibida na TV aberta. “Depende muito do programa”, admite. “Assédio”, por exemplo, é recebida por uma audiência mais segmentada, pela temática mais dramática que “Ilha de Ferro”.

A GloboPlay não se permite chamar a Netflix de “maior concorrente”, por estar em um grupo que oferece dinâmicas distintas (com canal aberto e canais pagos) da plataforma internacional de streaming mais consumida do mundo. Reconhece, no entanto, a maestria da outra nesse terreno agora merecedor de tantos investimentos por parte do Grupo Globo.

Protagonizada por Elisabeh Moss (a Peggy Olson de “Mad Men”), com Yvonne Strahovski, Joseph Fiennes, Alexis Bledel, Samira Wiley e Ann Dowd, a série narra a história de uma sociedade distópica teocrática, em que as poucas mulheres férteis são forçadas a servirem como “aias” das famílias mais abastadas, a fim de aumentar a taxa de natalidade.

Aclamada por embutir denúncias enfáticas contra sistemas opressores, discutindo machismo e homofobia de forma marcante e atual, podemos afirmar que “The Handmaid’s Tale” vem bem a calhar para o momento que estamos vivendo.

O título estava na mira da Globo desde agosto, mas só recentemente a negociação foi fechada.

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Cristina Padiglione

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