Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Jornal da Cultura adere ao formato de casal na bancada, mas não dispensa comentaristas

Edição apresentada por Willian Corrêa, com os comentaristas Marco Antonio Villa e José Álvro Moisés, nesta terça (2). Foto: Reprodução/YouTube

Como adiantamos aqui na calada da noite, o Jornal da Cultura passará a ser apresentado por um casal.

Willian Corrêa, que havia reassumido a bancada no início de junho, no lugar de Joyce Ribeiro (removida para o noticiário do meio-dia), está fora do projeto. A emissora ainda estuda os nomes dos novos apresentadores.

Um dado importante, o mais importante nessa troca, é que os comentaristas que analisam os fatos do dia, a cada edição, não perderão seus postos, e é isso que faz do JC um telejornal distinto da mesmice ditada por outros canais. O noticiário tem um time fixo que se reveza na bancada, incluindo aí Marco Antonio Villa e Marcelo Tas, mas tem também flexibilidade para convidar outros nomes, quando for o caso, a depender dos assuntos do dia.

Pedimos ontem um esclarecimento à emissora sobre os novos rumos do noticiário e do jornalismo, visto que a saída de Corrêa, neste momento, implica novamente uma vaga na direção de jornalismo. Corrêa havia deixado o cargo em 2018 para passar pouco mais de um ano em Angola, e sua partida fora de fato tratada como uma saída. Mas há um mês, o jornalista reassumiu a cadeira, que vinha sendo ocupada por Ricardo Taira.

A Cultura ainda não informa quem estará no comando ou na bancada. Um comunicado distribuído há pouco informa o seguinte:

“A nova direção da TV Cultura confirmou Dentre as inovações decididas pela recém-empossada direção executiva da TV Cultura, foram estabelecidas alterações na área de Jornalismo, onde o principal telejornal passará a ser ancorado por um casal de apresentadores. Serão mantidas as participações de comentaristas, com atuação em suas respectivas áreas de conhecimento profissional. A independência de atuação, a isenção na informação e na divulgação dos fatos, e a sua análise por profissionais especializados, que se constituem nos pilares da credibilidade, continuam vigentes e são nortes que serão permanentemente buscados pelo Jornalismo da TV Cultura.”

Por “nova direção da TV Cultura”, entenda-se José Roberto Maluf, nome indicado pelo governador João Doria, como manda a tradição dos presidentes da Fundação Padre Anchieta, e endossado no cargo por meio dos votos dos membros da Fundação Padre Anchieta.

Ainda nesta terça, naquela que foi a última edição do JC apresentada por Corrêa, o comentarista José Álvaro Moisés iniciou sua participação com um elogio ao modelo do Jornal da Cultura, cuja criação atribuiu a Corrêa, como um formato que proporciona espírito crítico ao telespectador. Neste momento, Villa, que já havia feito um longo comentário sobre reforma da Previdência, tratou de endossar o elogio do colega de bancada.

Na verdade, o formato com comentaristas foi criado bem antes, por Maria Cristina Poli. Corrêa deu seguimento a uma boa ideia e a atual direção da casa, até aqui, deve ser fiel a um modelo que tem funcionado bem. Mas, que mal pergunte: qual o ganho de ter um casal de apresentadores numa bancada que já tem três integrantes?

A partir de hoje, até a definição dos novos nomes, Ana Paula Couto apresentará o JC.

Corrêa entraria em férias na segunda-feira, embora tenha reassumido seus cargos há um mês. Sabe-se agora que a despedida de pouco mais de um ano atrás não era exatamente uma despedida, mas uma licença para que Corrêa pudesse exercer a função de correspondente da emissora em Angola, o que efetivamente não foi noticiado pela Cultura como tal.

A saída do jornalista foi comemorada por muita gente na redação da TV Cultura.

 

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