‘Manual para se defender de Aliens …’, 1ª série nacional da Warner, estreia com crédito
O título é comprido, mas a proposta é concisa e a produção, bem realizada: um trio de jovens que tudo entende de cultura geek recebe a chave para salvar a Terra de aliens (infiltrados na sociedade como líderes de governos e empresas). Esse grupo fez dos ninjas seu exército particular e alimenta a ideia de uma epidemia de zumbis se apoderar do planeta. Contra o mal iminente, os três jovens bacaninhas ressuscitam a Nazca (não a agência de publicidade, mas sim uma organização fictícia, claro), originada nos anos 20 por Tesla, pesquisador cujos estudos ficaram ocultos por 60 anos e foram retomados nos anos 80 por outro estudioso do assunto, Bartolomeu Boaventura, personagem que nos dá a rara e deliciosa oportunidade de encontrar o diretor de teatro Zé Celso Martinez Corrêa na TV: ele faz uma participação especial e já dá as caras na estreia.
O trio de jovens vem formado por Thalles Cabral, Daphne Bozaski e Michel Joelsas, nos papéis de Wes, Tina e Sput. Coordenando o grupo, está o açougueiro Juarez, vivido pela figuraça de André Abujamra, amigo de longa data do diretor, André Moraes, autor do argumento, que também acumula trabalhos de trilha sonora, além de direções bem sucedidas no cinema, como “Entrando numa Roubada”, de 2015. André tinha um curta-metragem que versa sobre essa história toda, o que lhe assegurou o convite da produtora Contente para tocar “Manual” para a TV, em 13 episódios de meia hora cada. Outra persona que promete causar é Branco Mello, o titã, aqui na condição de vilão, um malvado de botar medo em todos os personagens da peste já encarnados por seu amigo e ex-colega de banda, Paulo Miklos. Do mal também é a personagem de Rita Lee, outra grife a dar as caras na série.
Dito isso, convém adiantar que o espectador, mesmo não se enquadrando no conceito de geek, já dará um voto de confiança ao programa, primeira série nacional da Warner, logo nos primeiros segundos, quando Tesla surge em cena, sendo sucedido por Zé Celso e pela abertura, uma bela apresentação. A exposição dos créditos de elenco e equipe vem distribuída em grafismo e direção de arte da maior competência, tornando a abertura um charme à parte.
As locações tratam de transportar o público para a história ali contada. Tive o privilégio de visitar um dos sets, justamente o açougue de Juarez, um centro cultural de periferia forrado de azulejos verdes claros, que, para o diretor, André, são um achado. “É uma cor que imprime bem”, ele me disse. “O Juarez tem esse açougue de fachada, e tem esse frigorífico para os experimentos dele. Como ele é o líder dessa galera, ele leva essa galera pra lá”, completa.