Marina Ruy Barbosa quase perde papel para Ágatha Moreira: conheça personagens que trocaram de mãos

Plebeia de protagonismo em 'Deus Salve o Rei', novela das sete que estreia dia 9, na Globo, Amália quase foi parar nas mãos de Agatha Moreira. A atriz entraria no lugar de Marina Ruy Barbosa, que estaria comprometida com 'O Sétimo Guardião', de Aguinaldo Silva, inicialmente agendada para o 1º semestre de 2018. Com o adiamento de 'O Sétimo Guardião', Marina foi resgatada para o papel. Na história da escalação de elenco de novelas, séries, seriados e filmes, muitos são os papéis inicialmente imaginados para determinado ator e trocados por outras opções. Confira alguns casos a seguir.

Adriano, o carcereiro vivido por Rodrigo Lombardi na série ainda inédita na TV Globo, "Os Carcereiros", era originalmente destinado a Domingos Montagner. O ator era esperado pela produção após o fim das gravações de "Velho Chico" e até já tinha reunião agendada com a nova equipe. A duas semanas do fim do expediente de "Velho Chico", no entanto, ele morreu afogado no Rio São Francisco, em um dos intervalos do trabalho final no folhetim. Lombardi, que na época viajava fora do país, voltou correndo e assumiu o papel às pressas, com curto período de preparo.

Giulia Gam foi a primeira opção pensada para Linda Inês, protagonista de 'Fera Ferida' (1994), de Aguinaldo Silva, mas recusou a primeira oferta e o papel chegou a ser oferecido a Cláudia Abreu, Letícia Sabatella e Malu Mader. O autor fez mudanças no perfil da personagem e Giulia, novamente sondada, acabou topando.

Em "Paraíso Tropical", Cláudia Abreu seria a primeira opção de Gilberto Braga para viver as gêmeas da história, mas a atriz engravidou e a missão acabou ficando com Alessandra Negrini.

Censurada em 1975, "Roque Santeiro" teria Fancisco Cuoco como personagem título, assumido por José Wilker dez anos depois, quando foi a nova versão da novela. Cuoco, segundo se informa, não quis o papel na época em que a novela foi ao ar. Na ocasião da censura, ele foi imediatamente destinado para um folhetim que Janete Clair escreveu às pressas, chamado "Pecado Capital", e seu taxista, Carlão, acabou por se tornar o grande papel de sua carreira.

Viúva Porcina, um dos papéis de maior sucesso de Regina Duarte, era originalmente destinado a Betty Faria, que também não quis a personagem dez anos depois. Assim como Cuoco e Lima Duarte, todos presentes na versão de "Roque" em 75, Betty foi imediatamente aproveitada em "Pecado Capital". Dos três, só Lima manteve seu Sinhozinho Malta na versão definitiva de "Roque", em 85. Ainda bem.

Um caso bem recente de troca de protagonista foi "A Regra do Jogo". O autor João Emanuel Carneiro e a diretora Amora Mautner haviam pensado em entregar Romero Rômulo, o dúbio protagonista, a Murilo Benício, com quem haviam trabalhado em 'Avenida Brasil'. Mas o ator recusou o personagem e o papel foi brilhantemente desempenhado por Alexandre Nero. A direção da Globo resistiu um pouco a essa opção porque Nero havia feito o Comendador de 'Império', apenas duas novelas antes de 'A Regra', e os dois personagens seriam muito fortes para tão curto espaço de tempo.

Poucos atores se deram tão bem com uma troca de papel como Joana Fomm em 'Dancin'Days', histórica novela de Gilberto Braga, de 1978. Norma Bengell já havia gravado algumas cenas como Yolanda Pratini, a antagonista de Sônia Braga, quando se desentendeu com Daniel Filho e deixou a produção. Joana, que faria a empregada de Celina (Beatriz Segall) assumiu o papel e fez dele um dos maiores sucessos de sua carreira.

Odete Roitman, uma das maiores vilãs de todos os tempos, em 'Vale Tudo' (1988/89), foi inicialmente oferecida a Odete Lara, que recusou o convite de Gilberto Braga. O elenco já estava quase fechado quando o diretor Paulo Ubiratan sugeriu, em uma reunião entre todos, o nome de Beatriz Segall, que acabou ficando com o papel, mesmo contra a vontade do então chefão Daniel Filho. Ele não acreditava que Beatriz seria uma boa opção e não deu o braço a torcer nem depois que a personagem virou hit.

Se ganhou em 'Dancin'Days', Joana Fomm perdeu em 'Lua Cheia de Amor': Marilia Pêra, na época agraciada com grande sucesso internacional, acabou abocanhando a protagonista, inicialmente destinada à outra

De novo, Joana Fomm perderia um papel, dessa vez por questões de saúde, em 'Paraíso Tropical', para Vera Holtz, que acabou formando ótima dueto com Wagner Moura, o mau caráter Olavo.

Ainda em 'Paraíso Tropical', o próprio Olavo, grande sucesso de Moura, foi inicialmente pensado para Selton Mello, que estava então envolvido com planos para o cinema e recusou o convite. Já Bebel, par de Moura magistralmente personificado por Camila Pitanga, teria Mariana Ximenes como primeira opção - ela recusou alegando cansaço.

Na novela 'Agora é Que São Elas' (2003), foi Joana Fomm quem outra vez ficou com personagem antes destinado a outra atriz: Neusa Borges caiu do carro alegórico e cedeu a vaga à colega

Gabriel Braga Nunes ocupou o lugar de vilão destinado a Fábio Assunção em 'Insensato Coração' (2011), de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, após sucessivas faltas de Assunção às gravações.

Na mesma 'Insensato', os problemas com escalação de elenco atingiram diretamente o núcleo central. Antes de abir mão de Assunção, a direção da novela acabou por dispensar Ana Paula Arósio, que também faltou a gravações, e foi substituída por Paolla Oliveira

Malu Mader era a primeira opção para a Tatiana de 'Quatro Por Quatro' (1994), que acabou ficando com Cristiana Oliveira. E Adriana Esteves, veja só, recusou a personagem Babalu, que foi o grande salto de Letícia Spiller e até acabou em casamento com seu par na ficção, Marcello Novaes

Griselda, personagem de Lilia Cabral em 'Fina Estampa' (2011), de Aguinaldo Silva, teve Glória Pires como primeiro nome cotado

Ainda outro dia, no 'Vídeo Show', Natália do Vale contou que a Andréa, personagem que interpretou em 'Cambalacho' (1986), de Silvio de Abreu, era inicialmente destinada a Sônia Braga.

Capitu, célebre personagem de Giovanna Antonelli em 'Laços de Família' (2001), de Manoel Carlos, teve Carolina Ferraz como primeira opção

Em 'Velho Chico' (2016), de Benedito Ruy Barbosa, Edmara Barbosa e Bruno Luperi, Letícia Sabatella já ensaiava para ser Maria Tereza, a protagonista, quando desistiu do trabalho. Alegou problemas de agenda, mas, nos bastidores, sua saída foi atribuída a falta de entendimento com o diretor Luiz Fernando Carvalho. Camila Pitanga assumiu a heroína da trama.