Meryl Streep salva Globo de Ouro da apatia, em discurso por imigrantes
Foi bonita, a festa, pá, com sete troféus para o filme “La La Land”, premiação para cenas de combate à intolerância, spoiler de nova temporada de “Stranger Things” (sim, Barb está viva e volta já, diretamente do fundo da piscina!) e várias surpresas nas premiações. Como diria o Silvio Santos, “eu não vi” os filmes e algumas séries, mas o Rubens Ewald viu e atestou, em mais de uma ocasião, que não se fez muita justiça nas escolhas da Associação de Jornalistas dos EUA, responsável pela votação.
Jimmy Fallon foi subaproveitado. Todo ano tem alguém meio sem graça apresentando a cerimônia. E quando há quem seja capaz de nos fazer rir, com seu ótimo tempo para piada, fala muito pouco, quase sem intervenções.
Atores premiados também mal saíram do quadrado de agradecimentos que preza pelas lembranças ao pai, mãe, esposa, marido e filhos. Para o que normalmente acontece com uma premiação desse naipe, eram esperadas mais críticas, mais engajamento, mais posicionamento da classe hollywoodiana, ainda mais quando se está prestes a trocar Barack Obama por Donald Trump na presidência do País (e não é que Obama e Michele mandaram cartinha de despedida para os convidados, saudando a arte de cada um?).
Não fosse Meryl Streep, homenageada desta edição com o prêmio Cecil B. DeMille pelo conjunto da obra, após um comovido discurso de Viola Davis, teríamos encerrado o Globo de Ouro com repertório vazio, feito apenas de quem ganhou e quem perdeu, quem mereceu e quem foi injustiçado, nada que se possa guardar para a história do cinema e das produções televisivas.
Textualmente, Meryl disse que não havia preparado exatamente um discurso. Foi falando ao microfone, com toda a espontaneidade que cabe a alguém com repertório, e citando os estrangeiros presentes entre os atores na plateia. Não citou nominalmente o presidente eleito, Donald Trump, mas fez todas as referências a promessas e atos protagonizados por ele, pedindo proteção aos jornalistas, de quem espera obter uma fiscalização, digamos, um acompanhamento do que está por vir. “Se os deportássemos”, disse ela, sobre os estrangeiros, “estaríamos vendo só MMA e futebol”. A atriz repudiou com veemência “alguém” capaz de humilhar um jornalista com deficiência física, sem que precisasse citar Trump (em novembro, o então candidato republicano zombou de Serge Kovalesky, do jornal The New York Times, que sofre de uma limitação física chamada arthrogryposis, ao imitar seus movimentos). “Desrespeito chama desrespeito, violência incita violência”, disse ela.
Outra homenagem da noite foi para Debbie Reynolds e Carrie Fisher, mãe e filhas que morreram há menos de duas semanas, com menos de 24 horas de intervalo.
Sarah Jessica Parker, aliás, homenageou Carrie Fisher com modelão de Princesa Léia.
E no quesito “mundo injusto”, “The Crown” deu a Claire Foy o prêmio de Melhor Atriz, por sua Rainha Elizabeth, mas não premiou o melhor ator da série, ou pelo menos a melhor performance, que é John Lithgow, intérprete de uma irrepreensível atuação como Winston Churchill. O ator Hugh Laurie, o eterno “doutor House”, tirou-lhe a estatueta, por “The Night Manager”.
TV
Melhor Série Dramática
- The Crown
- Game of Thrones
- Stranger Things
- This is Us
- Westworld
Melhor Ator em Série Dramática
- Rami Malek – Mr. Robot
- Bob Odenkirk – Better Call Saul
- Matthew Rhys – The Americans
- Liev Schreiber – Ray Donovan
- Billy Bob Thornton – Goliath
Melhor Atriz em Série Dramática
- Catriona Balfe – Outlander
- Claire Foy – The Crown
- Keri Russell – The Americans
- Winona Rider – Stranger Things
- Evan Rachel Wood – Westworld
Melhor Minissérie ou Filme para TV
- American Crime
- The Dresser
- The Night Manager
- The Night Of
- The Peopole vs O.J.Simpson: American Crime Story
Melhor Atriz em Minissérie ou Filme para TV
- Felicity Huffman – American Crime
- Riley Keough – The Girlfriend Experience
- Sarah Paulson – The People vs O.J.Simpson: American Crime Story
- Charlotte Rampling – London Spy
- Kerry Washington – Confirmation
Melhor Ator em Minissérie ou Filme para TV
- Courtney B. Vance –The People vs O.J.Simpson: American Crime Story
- Riz Ahmed – The Night Of
- Tom Hiddleston – The Night Manager
- Bryan Cranston – All The Way
- John Turturro – The Night Of
Melhor Série de Comédia ou Musical
- Atlanta
- Black-ish
- Mozart in the Jungle
- Transparent
- Veep
Melhor Ator em Série de Comédia ou Musical
- Anthony Anderson – Black-ish
- Gael Garcia Bernal – Mozart in the Jungle
- Donald Glover – Atlanta
- Nick Nolte – Graves
- Jeffrey Tambor – Transparent
Melhor Atriz em Série de Comédia ou Musical
- Rachel Bloom – Crazy Ex-Girlfriend
- Julia Louis Dreyfuss – Veep
- Sarah Jessica Parker – Divorce
- Issa Era – Insecure
- Gina Rodriguez – Jane The Virgin
- Tracee Ellis Ross – Black-ish
Melhor Atriz Coadjuvante em Série, Minissérie ou Filme para TV
- Olivia Colman – Broadchurch
- Lena Headey – Game of Thrones
- Chrissy Metz – This Is Us
- Mandy Moore – This Is Us
- Thandie Newton – Westworld
Melhor Ator Coadjuvante em Série, Minissérie ou Filme para TV
- Sterling K. Brown – The People vs O.J.Simpson: American Crime Story
- Hugh Laurie – The Night Manager
- John Lithgow – The Crown
- Christian Slater – Mr. Robot
- John Travolta – The People vs O.J.Simpson: American Crime Story
CINEMA
Melhor Filme de Drama
- Até o Último Homem (Hacksaw Ridge)
- A Qualquer Custo (Hell or High Water)
- Lion
- Manchester à Beira-Mar
- Moonlight
Melhor Diretor
- Damiel Chazelle – La La Land: Cantando Estações
- Tom Ford – Animais Noturnos
- Mel Gibson – Até o Último Homem (Hacksaw Ridge)
- Barry Jenkins – Moonlight
- Kenneth Lonergan – Manchester à Beira-Mar
Melhor Atriz Coadjuvante
- Viola Davis – Fences
- Naomie Harris Moonlight
- Nicole Kidman – Lion
- Octavia Spencer – Estrelas Além do Tempo
- Michelle Williams – Manchester à Beira-Mar
Melhor Ator Coadjuvante
- Mahershala Ali – Moonlight
- Dev Patel – Lion
- Jeff Bridges – A Qualquer Custo (Hell of Hight Water)
- Simon Helberg – Florence, Quem é Essa Mulher?
- Aaron Taylor-Johnson – Animais Noturnos
Melhor Atriz em Filme Dramático
- Amy Adams – A Chegada
- Jessica Chastain – Miss Sloane
- Isabelle Huppert – Elle
- Ruth Negga – Loving
- Natalie Portman – Jackie
Melhor Ator em Filme Dramático
- Casey Affleck – Manchester à Beira-Mar
- Joel Edgerton – Loving
- Andrew Garfield – Até o Último Homem (Hacksaw Ridge)
- Viggo Mortensen – Capitão Fantástico
- Denzel Washington – Fences
Melhor Filme de Comédia ou Musical
- 20th Century Women
- Deadpool
- Florence, Quem É Essa Mulher?
- La La Land: Cantando Estações
- Sing Street
Melhor Atriz em Comédia ou Musical
- Annette Bening – 20th Century Women
- Lily Collins – Rules Don’t Apply
- Hailee Steinfeld – The Edge of Seventeen
- Emma Stone – La La Land: Cantando Estações
- Meryl Streep – Florence, Quem é Essa Mulher?
Melhor Ator em Comédia ou Musical
- Colin Farrell – The Lobster
- Ryan Gosling – La La Land: Cantando Estações
- Hugh Grant – Florence, Quem é Essa Mulher?
- Jonah Hill – Cães de Guerra
- Ryan Reynolds – Deadpool
Melhor Trilha Sonora Original
- A Chegada
- Lion
- La La Land: Cantando Estações
- Moonlight
- Estrelas Além do Tempo
Melhor Canção Original
- Can’t Stop the Feeling – Trolls
- City of Stars – La La Land: Cantando Estações
- Faith – Sing: Quem Canta Seus Males Espanta
- Gold – Ouro e Cobiça
- How Far I’ll Go – Moana: Um Mar de Aventuras
Melhor Filme em Língua Estrangeira
- Divines (França)
- Elle (França)
- Neruda (Chile)
- The Salesman (Irã, França)
- Tony Erdmann (Alemanha)
Melhor Longa Animado
- Kubo e as Cordas Mágicas
- Moana: Um Mar de Aventuras
- My Life as a Zucchini
- Sing: Quem Cnata Seus Males Espanta
- Zootopia – Essa Cidade é o Bicho
Melhor Roteiro
- La La Land: Cantando Estações – Damien Chazelle
- Animais Noturnos – Tom Ford
- Moonlight – Barry Jenkins
- Manchester à Beira-Mar – Kenneth Lonergan
- A Qualquer Cuto (Hell or Hight Water) – Taylor Sheridan