Boechat provoca raríssima reverência da Globo à concorrência
Apresentadora na GloboNews, Leilane Neubarth não só falou à BandNews FM, como declarou seu hábito de ouvir a rádio da concorrência diariamente.
Do “Bom Dia Brasil”, Chico Pinheiro e Miriam Leitão também falaram aos microfones da Band, assim como William Bonner, editor-chefe e apresentador do “Jornal Nacional”, que raramente se manifesta, e Renato Machado.
No caso de Tatiana Vasconcellos, atualmente na rádio CBN, principal concorrente da BandNews FM, o Grupo Globo liberou não só um depoimento ou entrevista, mas até a presença dela nos estúdios da concorrência, sua antiga casa.
A situação, como se sabe, aconteceu em função da morte do âncora da Band, Ricardo Boechat, que por nove anos trabalhou no Grupo Globo, até ser demitido, em 2001, em consequência de um grampo telefônico que contrariou a direção da emissora na época. Talvez por uma questão de elegância, o texto de obituário de Boechat na Globo tenha informado que ele “deixou” a casa em 2001. Não foi bem assim.
Salvo essa imprecisão, a Globo se mostrou excepcionalmente generosa nesse episódio. Nem seria o caso de chamar a atenção para isso, não fosse a tradição da empresa da família Marinho em fazer tantas restrições à presença de seu elenco, e de seus jornalistas, em especial, em outras telas. Mesmo para veículos em tese não concorrentes, como mídia impressa e sites, os profissionais da casa só devem dar entrevistas sob autorização prévia da chefia.
Estamos diante de um caso muito excepcional mesmo. Mas convém observar como a Globo tem procurado descer pelo menos um ou dois degraus no pedestal por ela erguido para exibir sua soberania.
