Netflix anuncia produções com Porchat, Maisa, Larissa Manoela e Wagner Moura
A Netflix anunciou nesta quarta-feira, durante a conferência Rio 2C, que acontece esta semana no Rio, que tem 30 novas produções a caminho para o Brasil nos próximos dois anos, entre séries, documentários e filmes. O pacote inclui talentos como Maisa Silva, Fábio Porchat, Larissa Manoela e Wagner Moura, com quem a plataforma está coproduzindo o filme “Sérgio”, sobre o diplomata Sérgio Vieira de Mello, dirigido e protagonizado pelo ator e agora diretor.
Tem ainda projetos com a Giovanna Lancellotti e Danilo Mesquita, a autora e roteirista Thalita Rebouças e os diretores César Rodrigues, Bruno Garotti e Leandro Neri, sem falar em uma nova produção baseada no Menino Maluquinho, personagem de Ziraldo.
Haja assinatura para sustentar tudo isso. A aposta no país tem por onde se justificar. “3%”, série que segue para sua terceira temporada, foi a primeira da Netflix produzida em língua não inglesa e vai muito bem, obrigada. Segundo Ted Sarandos, CCO da Netflix, a língua portuguesa não foi o empecilho que todos os produtores e distribuidores brasileiros sempre consideraram ser para seu sucesso em outros países. exportações.
“O Brasil tem talentos extraordinários e uma longa tradição em contar grandes histórias. É por este motivo que estamos animados em aumentar nosso investimento na comunidade criativa brasileira. Esses 30 projetos, em vários estágios de produção em diferentes locais espalhados pelo país, serão feitos no Brasil e consumidos pelo mundo”, disse Sarandos em comunicado enviado pela Netflix, endossando o discurso feito durante a Rio2C.
O executivo participou de um painel com Wagner Moura, protagonista e diretor do filme “Sérgio”. A cinebiografia segue a vida e a trágica morte do diplomata brasileiro na ONU Sérgio Vieira de Mello. Ambientado horas após o ataque da Al-Qaeda ao Canal Hotel de Bagdá, o filme encontra Vieira de Mello soterrado pelos escombros, relembrando suas polêmicas escolhas profissionais e o maior romance de sua vida.
Moura e Netflix pavimentaram boas relações desde “Narcos”, dirigida por José Padilha na Colômbia, que teve o ator no papel de Pablo Escobar.
Vamos agora pelas demais partes desse gigantesco bolo.
- Menino Maluquinho: Em 2021, a Netflix traz de volta o personagem de Ziraldo, com produção da Chatrone, em sua primeira versão como animação. “Este será um novo capítulo na vida do Menino Maluquinho, e a parceria com a Netflix dará aos fãs do mundo inteiro a oportunidade de conhecer suas histórias”, disse Ziraldo.
- Maisa Silva protagonizará três produções originais.
- Fábio Porchat estrelará três filmes para o serviço de streaming.
- “Modo Avião” será o primeiro filme Netflix de Larissa Manoela. Escrito e dirigido por César Rodrigues, diretor do “Vai que Cola”, do seriado do Multishow à versão para o cinema, o longa terá produção de A Fábrica. O enredo gira em torno de Ana, uma jovem influenciadora digital que bate o Mustang de colecionador do avô ao tirar uma selfie e é enviada para a fazenda dele para tentar consertar o carro, com um detalhe crucial: ela não pode usar o celular.
- A escritora Thalita Rebouças faz sua estreia na Netflix com “Quem Nunca?”, história sobre três adolescentes que vão a um acampamento escolar depois de fazer um pacto de permanecerem solteiras. As coisas saem do rumo quando ex-namorados aparecem, paixões inesperadas são reveladas e elas descobrem que têm escondido segredos umas das outras por um longo tempo.
- “Riscos de Amor” será uma comédia romântica dirigida por Bruno Garotti e produzida pela Anana Produções. Danilo Mesquita (Spectros) estrela como Teto, o filho rico de 20 anos do “Rei do Tomate” e futuro herdeiro da bem-sucedida fábrica de tomates do pai, que vê sua vida virar do avesso quando conhece Paula, uma moça pé-no-chão interpretada por Giovanna Lancellotti. Na esperança de ganhar o coração dela, Teto mente sobre ter sido criado pobre, a primeira de uma crescente teia de inverdades que vão colocá-lo em sérios apuros.
- “Carnaval”, outro longa-metragem, terá direção de Leandro Neri, com produção da Camisa Listrada. Trata-0se de uma comédia sobre Nina, 23 anos, que vê um vídeo de traição de seu namorado viralizar. Ela então decide usar suas conexões de influenciadora digital para ganhar uma viagem com tudo pago e todas as regalias para o mais famoso Carnaval do Brasil com três acompanhantes.
As próximas séries originais filmadas no Brasil incluem:
- “Futebol”, drama de Elena Soares que conta a história por trás da relação intensa entre dois jogadores – Toró e Pantera, dois meninos pobres de 15 anos que são escolhidos entre uma multidão para integrar a categoria júnior do maior time brasileiro: o Carioca Futebol Clube.
- “O Escolhido”, adaptação dos autores de fantasia Raphael Draccon e Carolina Munhóz, dirigida por Michel Tikhomiroff, estrelando Paloma Bernardi e Renan Tenca,com produção da Mixer Filmes.
- “Sintonia”, criada por Kondzilla, Guilherme Quintella e Felipe Braga, com produção da Losbragas.
- “Irmandade”, com Seu Jorge e Naruna Costa, dirigida por Pedro Morelli e produzida pela O2.
- “Ninguém Tá Olhando”, comédia que marca o primeiro projeto solo de Daniel Rezende para a Netflix, estrelado por Victor Lamoglia, Júlia Rabello e Kéfera Buchmann, com produção da Gullane.
Além disso, a Netflix está na segunda temporada de “Samantha!”, que acaba de estrear, vem produzindo uma segunda temporada de “O Mecanismo”, de José Padilha e Elena Soares, com Selton Mello e Carol Abras, e segue para a 3ª temporada de “3%”, de Pedro Aguilera, com Bianca Comparato, Vaneza Oliveira e Rodolfo Valente, sob produção da Boutique Filmes.
Logo logo deve ser anunciada uma nova temporada de “Coisa Mais Linda”, da Pródigo Filmes, que teve boa receptividade entre os assinantes.
No momento em que o setor do audiovisual brasileiro atravessa sua maior crise desde o nascimento da Ancine (Agência Nacional de Cinema), tendo freado o financiamento de todas as suas produções em razão de meia-dúzia de questionamentos da AGU (Advocadia Geral da União), os investimentos da Netflix chegam como um pequeno sopro a esse mercado que depende fundamentalmente da verba de financiamento possibilitada da Ancine, possibilitada por um depósito que as companhias de telecomunicação fazem ao governo.
Já que o Brasil vem cuidando mal desse segmento, que venham os gringos, até porque os investimentos priorizam, antes de tudo, rojetos nacionais.