Por Cristina Padiglione | Saiba mais
Cristina Padiglione, ou Padi, é paga para ver TV desde 1990, da Folha da Tarde ao Estadão, passando por Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo

Novo apresentador da Record, Azeredo é um achado

André Azeredo, de repórter na Globo a apresentador na Record. Crédito: Antonio Chahestian/Divulgação

Novo apresentador da Record, André Azeredo era profissional de rua na Globo, até três semanas atrás. Estreou nesta segunda no comando do “SP no Ar”, com êxito.
A cabeleira escura e farta torna quase impossível não associá-lo à ideia de um novo Datena. Mas Azeredo, e tomara que isso não mude, é bem mais afável e menos disposto a vociferar que o apresentador da Band. E, convenhamos, vociferar não é um caminho sábio: não é preciso elevar o tom de voz quando a desgraça já se faz presente, e desgraça é o que não falta no noticiário urbano.

Azeredo é incisivo, sem deixar de ser simpático. Mais que simpatia, o jornalista tem no tom de voz e no discurso a tal da empatia, palavra que anda muito em voga nas teorias, mas é pouco alcançada na prática. O apresentador menciona os problemas de saúde, educação e as dores dos personagens citados no noticiário como se de fato se compadecesse de seus dramas. Não conversa com os entrevistados e seus repórteres com aquela indignação de quem está um degrau acima dos outros. Ao contrário.
Nesse ponto, além de ser mais afável que Datena, Azeredo é mais coloquial e humilde, sem perder a autoridade de seu papel, que seu colega de Record, Luiz Bacci.
No meio do noticiário, ele surgiu em voo de helicóptero sobre uma cratera na 25 de Março. Parece bobagem, coisa pouca, mas não. O “passeio” mostra um apresentador que sai do estúdio, circula pelas “ruas”, ainda que por cima, aproximando-se do problema que aflige o cidadão.

Na esfera do jornalismo que preza a neurose das cidades, com dramas urbanos que vão além do noticiário policial, o tom de Azeredo não é uma equação fácil de se alcançar.
Como quem acaba de chegar ao estúdio, falta ainda encontrar o tempo certo na arte de não falar em cima do repórter ou de quem interage com ele no estúdio. Mas isso é o de menos, questão de tempo e experiência. Para quem chegou agora, o profissional mostra alto potencial em curto prazo. Tem vocabulário de sobra para improvisar, tem espontaneidade e discurso com início, meio e fim, sem tropeçar em bobagens.

A contratação de Azeredo é um gol da Record.

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Cristina Padiglione

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