Para economizar no café da manhã, Band corta o próprio café
A Band vai enxugar custos para manter no ar seu programa matinal, Aqui na Band. Assim como outros similares, o título tem perdido anunciantes, que em geral são empresas fragilizadas pela crise gerada pelo novo coronavírus.
Para fazer a conta fechar, a emissora teve de abrir mão do seu time de colaboradores mais estelar, a começar pelo médico Fernando Gomes, seduzido há um ano a trocar o programa de Fátima Bernardes pelo programa de Silvia Poppovic.
Mas a operação de enxugamento acaba de cortar a própria Poppovic, mantendo seu partner, Luís Ernesto Lacombe, que passa a contracenar com Nathalia Batista, antes colunista de moda, que vem a ser também mulher do diretor, Vildomar Batista.
Para cortar os gastos no café da manhã, a Band cortou o próprio café.
Aos 64 anos, Poppovic voltou para a Band no ano passado com 35 Kg a menos, reforçando o aspecto inspiracional de sua figura perante o principal perfil de público consumidor de um programa como esses que rentabilizam os cofres das emissoras na faixa matutina. Aí estão Fátima Bernardes e Ana Maria Braga que não nos deixam mentir. As histórias de superação de ambas, com longo tempo de estrada, fazem delas boas vozes na venda de merchandisings, testemunhais e afins.
Com todo o respeito a Lacombe e Nathalia, competentes em suas funções, parece claro que a Band cortou justamente o ponto mais forte para atrair os anunciantes que ainda têm fôlego para vender, diante de consumidoras que ainda têm fôlego para comprar. Silvia Poppovic é o ponto de maior identificação do programa com o público que prestigia esse gênero.
A redução de custos, nesse caso, corre sérios riscos de se tornar uma redução de faturamento (maior do que já é).
Diferentemente da maioria dos trabalhadores vulneráveis a esta crise, Poppovic, Gomes e outros colunistas do programa não tiveram qualquer proposta da Band para reduzir seus vencimentos ou passar três meses sem salário, à espera de dias melhores. Não houve tentativa de negociação.
Sorte maior tem o nosso ex-governador, Geraldo Alckmin, que poderá continuar em cena pelo simples fato de já não ter cachê previsto para sua colaboração quinzenal, desde que lá chegou.