Pausa de Glória Perez na fila das 9 motiva estreia de novo autor no horário
Ao deixar de escrever novelas por um período para auxiliar Silvio de Abreu na repaginação da Casa de Roteiristas que compõe o núcleo de Séries da Globo, Glória Perez abre espaço para o lançamento de um novo nome no seleto time de autores de novelas da faixa das 21h.
Silvio de Abreu pode até recorrer a uma das grifes que já frequentaram o horário, mas o grupo disponível para esta tarefa foi drasticamente reduzido nos últimos três anos, forçando a “promoção” de algum dos autores testados nos outros horários para o posto mais nobre.
A direção da emissora tem algumas cartas na manga, mas ainda não definiu quem substituirá Manuela Dias – outra estreante no horário – na faixa das 21h. Ela sucederá Aguinaldo Silva, que por sua vez sucederá João Emanuel Carneiro, escalado para ocupar o horário na próxima temporada, após Walcyr Carrasco, atualmente no ar.
Como Gilberto Braga e Manoel Carlos não se mostram em condições de voltar a ocupar a vaga e o próprio Abreu já não se dedica mais a esta tarefa, as alternativas se restringem a Bruno Luperi/Edmara Barbosa, neto e filha de Benedito Ruy Barbosa, a Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari (que não se deram bem na estreia para este posto, com “A Lei do Amor”, e não se mostram dispostos a voltar ao horário) ou ao próprio Carrasco, que tem apresentado uma novela quase colada à outra (o autor emendou a criação de “Verdades Secretas” com “Êta Mundo Bom” e “O Outro Lado do Paraíso”).
Outra boa alternativa é Ricardo Linhares, mas ele costuma frequentar a faixa das 9 acompanhado de outro nome, como Aguinaldo ou Gilberto, com quem fez “Babilônia”.
Thelma Guedes e Duca Rachid, a dupla de “Cordel Encantado” e “Joia Rara”, que chegou a apresentar uma sinopse cotada para o horário, estarão ocupadas com a novela das seis que estreia no primeiro trimestre de 2019.
E mesmo que Glória já possa voltar em 2020, isso implicaria começar a trabalhar em cima de uma história desde já, o que não será possível.
Assim, se a(o) sucessora(o) de Manuela não estiver entre Carrasco, Linhares ou os Barbosa, será a hora de alçar para o horário algum autor das seis ou das sete.
Há quem torça por um remake de “Rainha da Sucata”, novela do mesmo Silvio, pelas mãos de Daniel Ortiz, que recriou “Sassaricando” como “Haja Coração”, também de Silvio.
E tem Lícia Manzo, autora de “Sete Vidas”, um drama muito bem costurado exibido na faixa das 18h. Há quem veja nela uma versão atualizada de Manoel Carlos, hábil que é em retratar comportamentos e conflitos do dia a dia.
A faixa das 9 tem papel essencial na soma de audiência média diária da Globo, influenciando para o bem ou para o mal, de acordo com sua audiência, os programas que vêm antes e depois dela. Por isso, o custo de seus anúncios são altos e a pressão por audiência é gigantesca. Não é todo autor que tem disposição para tanto. Com capítulos maiores, a novela das 9 pede fôlego e saúde, o que nem Maneco nem Gilberto Braga estão mais dispostos a perder nessa altura da vida.
Convém observar que Manuela é estreante não só no horário, mas também como titular do gênero folhetim. Ex-colaboradora de Thelma Guedes e Duca Rachid, ela nunca escreveu uma novela como titular. A aposta da Globo no nome dela vem calçada pela grande inventividade apresentada por ela em “Justiça”, série levada ao ar no ano passado.
Noveleiros de plantão já fazem suas apostas.